O que parecia ser apenas mais um bar movimentado na Rua 14 de Julho, no Centro de Campo Grande, escondia um esquema sofisticado de tráfico de drogas. Em uma operação da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) nesta segunda-feira (10), um casal de empresários foi preso após ser flagrado negociando a venda da chamada “maconha gourmet”. A investigação revelou que o fornecimento era feito por um traficante que operava no sistema delivery, aceitando até pagamento via Pix.
A ação da polícia começou após dez dias de monitoramento do fornecedor, que trazia a droga de Corumbá para a Capital. O esquema funcionava com entregas programadas, e um dos clientes principais era justamente o casal dono do bar Fumaça Fina.
A abordagem aconteceu quando o casal Rubens Arguello e Mayara Bispo foi flagrado recebendo a mercadoria dentro de um condomínio no bairro Jardim São Lourenço. O que chamou ainda mais a atenção da polícia foi que, no momento da transação, eles estavam acompanhados de uma criança de 10 anos, evidenciando o grau de naturalidade com que lidavam com o tráfico.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Hoffman D’Ávila, da Denar, a equipe percebeu que Mayara tentou destruir seu celular no momento da abordagem, possivelmente para apagar provas de negociações.
Após o flagrante, os policiais seguiram para as residências dos envolvidos, onde apreenderam balanças de precisão, porções de maconha, haxixe e drogas sintéticas como LSD e MDMA.
“Maconha Gourmet”: Uma Droga Mais Forte e Mais Cara
Um dos pontos que mais chamaram a atenção na investigação foi o tipo de maconha comercializada. O delegado Hoffman D’Ávila explicou que a droga apreendida tem um nível de THC muito superior ao da maconha comum, o que potencializa seus efeitos alucinógenos.
“A clientela que busca essa droga está disposta a pagar mais caro, porque ela tem um efeito muito mais forte”, disse o delegado. O quilo dessa “maconha gourmet” era comprado do fornecedor por cerca de R$ 4 mil em Corumbá e revendida em Campo Grande por até R$ 10 mil o quilo.
Além da venda direta para usuários, o fornecedor também distribuía grandes quantidades para outros traficantes que abasteciam diversos pontos da cidade.
Casal Tentou Justificar a Droga como “Uso Medicinal”
Durante o depoimento, o casal alegou que possuía a droga apenas para uso medicinal, uma justificativa que não convenceu a polícia, já que as quantidades encontradas eram muito maiores do que o necessário para consumo próprio.
Agora, os três presos aguardam audiência de custódia, que definirá se responderão ao processo em liberdade ou se permanecerão detidos. Enquanto isso, a Denar segue investigando possíveis ramificações do esquema e outros envolvidos no fornecimento da droga em Campo Grande.
A operação reforça o trabalho das autoridades no combate ao tráfico de drogas, principalmente aqueles que tentam se disfarçar sob a fachada de estabelecimentos comerciais.
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