Mato Grosso do Sul, 18 de junho de 2025
Campo Grande/MS
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Belém no centro do mundo: Lula desafia líderes globais no G7 e transforma a COP 30 em teste decisivo pelo futuro do planeta

Presidente brasileiro reforça protagonismo do país ao convidar potências globais para a COP 30 e exigir metas mais ambiciosas e financiamento climático justo
A transição energética já é uma realidade, mas há muito a fazer para que seja justa
A transição energética já é uma realidade, mas há muito a fazer para que seja justa

Durante a sessão ampliada da Cúpula do G7 realizada no Canadá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu uma postura clara de liderança internacional ao colocar o Brasil no centro do debate climático global. Em um discurso firme, Lula convidou os chefes de algumas das maiores economias mundiais para participarem da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro deste ano, na cidade de Belém, no Pará, em pleno coração da Amazônia.

Diante dos representantes dos países mais industrializados do planeta, o presidente brasileiro reforçou que a conferência será um marco simbólico e prático para o futuro coletivo da humanidade. “Belém será um teste para os líderes globais mostrarem a seriedade de seu compromisso com o futuro das pessoas e do planeta”, afirmou, num apelo direto por ações concretas, que vão além de declarações diplomáticas ou intenções abstratas.

A fala do presidente foi recebida com atenção e já começa a gerar respostas: entre as lideranças que confirmaram presença na COP 30 está o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, demonstrando que a mobilização brasileira pode exercer influência real sobre a agenda climática internacional.

O Brasil prepara para a conferência o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, um mecanismo inovador que visa remunerar os serviços ambientais prestados por países em desenvolvimento que abrigam florestas tropicais. A proposta é oferecer incentivos positivos, evitando medidas punitivas, e assegurar a preservação dos biomas por meio de fluxos financeiros sustentáveis. O fundo pretende consolidar uma política de valorização da biodiversidade e da proteção ambiental como ativos globais.

Lula destacou ainda a necessidade urgente de ampliar o financiamento climático. Relembrou que os países ricos não cumpriram a promessa feita na COP 15, realizada em Copenhague em 2009, de disponibilizar cem bilhões de dólares anuais para ações de enfrentamento às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento. “O Protocolo de Kyoto foi um símbolo do nosso fracasso coletivo”, disse o presidente, mencionando que a ajuda oficial ao desenvolvimento foi reduzida em 7,1% no último ano. “As promessas não cumpridas somam-se a cortes e retrocessos deliberados”, acrescentou.

Na esteira da frustração provocada pelos resultados pouco expressivos da última COP, realizada em Baku, no Azerbaijão, o Brasil e o país asiático trabalham conjuntamente na construção do mapa do caminho Baku-Belém, que pretende resgatar a credibilidade do processo multilateral e estabelecer um novo patamar de ambição climática. Para Lula, a COP 30 representa a oportunidade histórica de restaurar a confiança entre os países e implementar ações efetivas de mitigação e adaptação climática.

O presidente também propôs soluções concretas para viabilizar a transição energética nos países em desenvolvimento, como a criação de mecanismos de troca de dívida por ações de sustentabilidade e o uso de direitos especiais de saque. Enfatizou que, sem recursos adequados, muitos países continuarão presos a matrizes energéticas poluentes, e que a justiça climática depende de instrumentos econômicos mais acessíveis, transparentes e desburocratizados.

Outro ponto de destaque em sua intervenção foi o apelo por uma cooperação tributária internacional mais justa. Lula defendeu a taxação de 2% sobre as grandes fortunas globais, o que poderia gerar cerca de 250 bilhões de dólares anuais destinados a enfrentar os desafios ambientais e sociais que afetam especialmente o Sul Global. “Tornar o Banco Mundial e o FMI mais representativos é crucial para aproximá-los das reais necessidades dos países em desenvolvimento”, declarou.

Ao adotar uma linguagem direta e articulada, Lula reafirmou o papel do Brasil como ator-chave nas negociações climáticas internacionais. O país, que se comprometeu a reduzir entre 59% e 67% suas emissões de gases de efeito estufa até 2035, tem se posicionado de forma ativa para que as metas estabelecidas no Acordo de Paris sejam efetivamente implementadas.

O G7, bloco formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia, representa cerca de 40% do poder de voto nas instituições financeiras internacionais. Criado em 1975, o grupo é tradicionalmente reconhecido por seu peso nas decisões geopolíticas e econômicas mundiais. A presença do Brasil como convidado e as declarações contundentes de seu presidente sinalizam uma mudança no eixo do debate climático e reforçam o papel do país como mediador entre o Norte desenvolvido e o Sul em desenvolvimento.

Mais do que um discurso, a fala de Lula foi uma convocação pública para que os líderes mundiais não apenas participem da COP 30, mas cheguem a Belém com propostas concretas e compromissos ambiciosos. O desafio está lançado. Belém, com sua história, sua diversidade cultural e sua centralidade na floresta amazônica, será o palco de uma encruzilhada civilizatória. Ali, o mundo terá a chance de provar se está verdadeiramente disposto a salvar o futuro ou se continuará aprisionado nas promessas do passado.

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