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Biden anuncia medidas de controle contra ‘epidemia de violência com armas de fogo’

Presidente Joe Biden apresenta ordens executivas contra o uso de armas nos EUA em 8 de abril de 2021 — Foto: Kevin Lamarque
Presidente Joe Biden apresenta ordens executivas contra o uso de armas nos EUA em 8 de abril de 2021 — Foto: Kevin Lamarque

O presidente americano Joe Biden anunciou nesta quinta-feira (8) uma série de medidas de controle contra o que ele classificou como uma “epidemia de violência com armas de fogo” nos Estados Unidos.

“A violência com armas de fogo neste país é uma epidemia. E é uma vergonha internacional”, disse Biden. “É uma epidemia, pelo amor de Deus, e tem que acabar.

Antes de apresentar uma série de ordens executivas, o presidente democrata também classificou a violência armada nos EUA como uma “crise de saúde pública” que onera os cofres públicos em cerca de US$ 280 bilhões anualmente.

Veja algumas das medidas anunciadas:

  • aumento de restrições às chamadas “armas fantasmas” e acessórios para armas comuns.
  • incentivo aos estados para removerem temporariamente o porte de armas para pessoas que representem riscos a si mesmos ou a outros.
  • acompanhamento maior sobre o tráfico de armas de fogo.
  • investimento em programas de intervenção dentro de comunidades com altos índices de violência.

Armas fantasmas

As novas medidas incluem planos para que o Departamento de Justiça dificulte o acesso às chamadas “armas fantasmas”, que são montadas em casa e que não podem ser rastreadas devido ao fato de não terem números de série.

Esses tipos de equipamentos são vendidos em uma espécie de kit, com todas as peças separadas – mas que podem facilmente ser montadas, inclusive por crianças, segundo o presidente.

“Qualquer um, de criminoso a terrorista, pode comprar esse kit e, em apenas 30 minutos, montar uma arma”, explicou Biden.

Além disso, a partir de agora, acessórios para armas menores – como um extensor de revólver também passarão a ser registrados sob a Lei Nacional de Armas de Fogo.

Pressão após casos recentes

O presidente vem sendo pressionado por parte de seus aliados democratas para tomar medidas após os recentes tiroteios no Colorado, na Geórgia e na Califórnia.

No fim de março, um criminoso abriu fogo em um supermercado da cidade de Boulder, no Colorado, e deixou 10 mortos. Entre as vítimas, estava um policial.

Uma semana antes, tiroteios em três casas de massagem na área de Atlanta, no estado da Geórgia, deixaram oito mortos, a maioria mulheres asiáticas, o que suscitou um debate sobre racismo e xenofobia nos EUA.

O assassino foi preso enquanto viajava em direção ao estado da Flórida onde, segundo as autoridades americanas, ele planejava realizar uma ação semelhante.

Mais recentemente, em 1º de abril, um tiroteio deixou quatro mortos e dois feridos em um prédio comercial ao sul de Los Angeles, na Califórnia. Uma criança foi uma das vítimas.

Segunda emenda

O controle das armas de fogo nos EUA é um tema que divide o país – ainda que há décadas os americanos convivam com massacres em escolas e espaços públicos.

Muitos dos defensores do porte de arma recorrem à Segunda Emenda da Constituição americana, que garante o direito de se ter uma arma.

Sempre que o estado tenta controlar o acesso a este tipo de equipamento, grupos lobistas recorrem à Justiça para derrubar a decisão.

O presidente insistiu que as medidas apresentadas nesta quinta não infringem a Constituição americana, uma vez que falam sobre maior regulamentação da posse de armas.

“Nenhuma emenda da Constituição é absoluta”, disse Biden. “Desde o princípio, nem todas as armas que alguém quisesse ter poderiam ser compradas.”

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