Com o inverno político e físico ainda longe de dar trégua, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou ao centro do noticiário nacional ao aparecer caminhando com dificuldades pelos corredores do Hospital DF Star, em Brasília. Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o último domingo (13), Bolsonaro passou por mais uma cirurgia no abdômen, desta vez para liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal.
O ex-presidente compartilhou nas redes sociais imagens fortes do momento em que tentava dar seus primeiros passos com a ajuda de um andador. Visivelmente debilitado, com múltiplas marcas e perfurações no corpo, Bolsonaro falou com dificuldade e ainda assim reforçou sua conhecida retórica de resistência. “Sem desistir! Vamos adiante, Brasil!”, escreveu na legenda da publicação.
Desde o atentado a faca sofrido durante a campanha presidencial de 2018, Bolsonaro passou por mais de cinco cirurgias relacionadas à região abdominal. A facada deixou sequelas significativas e desencadeou um ciclo de internações e procedimentos médicos, que se tornaram também objeto de debate público e político ao longo do seu mandato e após ele deixar a Presidência.
A saúde como pauta política
O histórico médico do ex-presidente sempre foi envolto em polêmicas. Durante seu governo, ele chegou a fazer transmissões ao vivo de dentro de hospitais, inclusive sob medicação. Em 2019, ele apareceu com sonda nasogástrica e drenos, enquanto falava de política e dava recados à base eleitoral. Em outras ocasiões, já como ex-mandatário, publicou fotos deitado em macas com legendas patrióticas e tons dramáticos, algo que se tornou frequente.
Médicos identificaram nele um quadro de obstruções intestinais recorrentes, consequência direta da facada que perfurou seus órgãos internos e exigiu intervenção emergencial à época. Uma das condições mais citadas é a formação de aderências intestinais, em que os tecidos internos cicatrizados se colam e atrapalham o funcionamento do sistema digestivo, gerando fortes dores, dificuldade para evacuar e risco de infecção generalizada.
Além disso, Bolsonaro sofre com refluxo, hérnias, perda de massa muscular e já apresentou sinais de arritmia cardíaca, o que acendeu alertas entre os médicos. Internações prolongadas também deixaram sequelas físicas e psicológicas. Segundo pessoas próximas, o ex-presidente tem enfrentado momentos de fragilidade emocional, embora mantenha postura combativa em público.
Internação atual e boletim médico
Nesta internação mais recente, os médicos informaram que Bolsonaro permanece clinicamente estável, sem sangramentos ou intercorrências. Ele está sendo submetido a fisioterapia motora e respiratória, e segue sem previsão de alta da UTI. A recomendação médica é que ele não receba visitas durante o período de recuperação.
Confira a íntegra do comunicado divulgado na terça-feira (15):
“O Hospital DF Star informa que o ex-Presidente Jair Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em acompanhamento pós-operatório. Mantém estabilidade clínica, sem dor, sangramentos ou outras intercorrências. Tem previsão de fisioterapias motora (com deambulação) e respiratória. Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI.”
O futuro incerto e a exposição pública
A recorrente exposição de seu estado de saúde nas redes sociais sempre gerou debate. Para apoiadores, trata-se de uma maneira transparente de compartilhar sua realidade com o povo. Para críticos, a repetição dessas imagens serviria mais como instrumento político e como tentativa de mobilizar emocionalmente seus eleitores.
O fato é que a recuperação de Bolsonaro, mais uma vez, ganhou contornos públicos e se mistura à narrativa política que ele construiu desde o início da vida pública. Ainda não há previsão de retorno às atividades, mas sua equipe garante que ele seguirá se comunicando com a base pelas redes sociais.
Enquanto o país observa atentamente o desenrolar do seu estado de saúde, uma coisa é certa: mesmo fora da Presidência, Jair Bolsonaro continua sendo uma figura que gera comoção, debate e repercussão nacional.
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