Mato Grosso do Sul, 16 de junho de 2025
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Brasil avança nas negociações com o Japão para exportação de carne bovina, mas abertura deve contemplar cinco Estados

Reconhecimento sanitário e cautela japonesa marcam processo de habilitação; indústria brasileira vê oportunidade estratégica apesar da limitação territorial

O Brasil deu mais um passo significativo rumo à ampliação de seus mercados internacionais para a carne bovina, desta vez com o Japão. Técnicos do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAFF) estiveram no país na segunda semana de junho para realizar uma auditoria no sistema sanitário brasileiro. A missão técnica representa uma etapa decisiva nas negociações para a futura abertura do mercado japonês à carne brasileira, considerada uma das mais rigorosas e disputadas praças comerciais do mundo.

A visita dos especialistas asiáticos teve como foco a avaliação das estruturas do serviço de inspeção federal, bem como a verificação dos protocolos de controle sanitário vigentes nos Estados brasileiros. No entanto, não foram realizadas inspeções diretas em frigoríficos. Segundo fontes ligadas às tratativas, o Japão demonstrou interesse, mas também cautela. Em caso de aprovação do sistema brasileiro, a abertura do mercado japonês à carne bovina deverá ocorrer inicialmente de forma restrita.

Os japoneses já indicaram que, mesmo com o aval técnico, a autorização para exportação será limitada aos cinco Estados brasileiros que haviam obtido reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação antes de 2025. São eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Acre e Rondônia. Esses Estados foram contemplados nos documentos enviados previamente ao governo japonês e correspondem aos critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que em maio deste ano reconheceu todo o território brasileiro como livre da doença sem necessidade de vacinação.

O Ministério da Agricultura, comandado pelo ministro Carlos Fávaro, busca ampliar essa autorização para todos os Estados do país, baseando-se na recente certificação da OMSA. No entanto, conforme explicaram interlocutores das negociações, a liberação ampla depende de um período de transição. As demais regiões brasileiras ainda possuem rebanhos oriundos de vacinação contra a febre aftosa, o que exigirá tempo até que sejam integralmente renovados por animais nascidos após o reconhecimento oficial da condição sanitária livre da doença.

A indústria brasileira vê essa possível abertura parcial com olhos estratégicos. Especialistas acreditam que a medida adotada pelos japoneses visa equilibrar os interesses comerciais com o Brasil sem romper completamente com os Estados Unidos, que já fornecem carne bovina para o Japão e buscam manter seu espaço no mercado local. Ao restringir a importação aos cinco Estados, Tóquio sinaliza sua disposição em avançar nas relações com o Brasil, ao mesmo tempo em que reduz pressões diplomáticas com os norte-americanos.

Outro fator que favorece as negociações é o aumento do preço das carnes no Japão, o que gera demanda por fornecedores confiáveis e com competitividade internacional. Neste ponto, o Brasil se destaca. O país é um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do planeta, com uma cadeia produtiva robusta, adaptada a normas internacionais e com elevado padrão de rastreabilidade e sanidade.

Ainda segundo fontes do setor agroindustrial, há expectativa de que o processo de abertura formal do mercado japonês seja finalizado até o fim de 2025 ou, no mais tardar, no primeiro trimestre de 2026. Após a auditoria realizada pelos japoneses, um relatório técnico deverá ser emitido. Caso seja favorável, as autoridades japonesas iniciarão o processo de definição dos requisitos técnicos para o protocolo de exportação, incluindo os critérios para habilitação das plantas frigoríficas brasileiras, possivelmente por meio do sistema de pré-listagem.

O reconhecimento da OMSA, somado ao histórico de relações comerciais sólidas e ao empenho diplomático do governo brasileiro, são trunfos importantes neste momento. Mesmo com uma abertura inicial limitada a apenas cinco Estados, especialistas consideram que o precedente criado pode acelerar o processo de inclusão dos demais Estados no futuro próximo.

Com isso, o Brasil reforça sua posição como potência agroexportadora e amplia sua presença em um dos mercados mais valorizados do mundo, pavimentando caminho para um crescimento sustentável da cadeia produtiva da carne bovina com base na excelência sanitária e no rigor técnico.

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