Mato Grosso do Sul, 31 de maio de 2025
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Brasil conquista reconhecimento internacional como país livre de febre aftosa sem vacinação

Status sanitário histórico fortalece posição do Brasil no mercado global e amplia oportunidades para exportação de produtos de origem bovina
O status sanitário foi aprovado durante a realização da 92ª assembleia da OMSA, em Paris, na França — Foto: Divulgação
O status sanitário foi aprovado durante a realização da 92ª assembleia da OMSA, em Paris, na França — Foto: Divulgação

O Brasil alcançou, nesta quarta-feira, 29 de maio, um dos mais importantes marcos sanitários de sua história recente: o reconhecimento internacional como país livre de febre aftosa sem vacinação. A decisão foi formalizada durante a 92ª assembleia geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizada em Paris, na França, e marca a consolidação de décadas de esforços conjuntos entre governo, produtores e entidades do setor agropecuário.

A conquista do novo status foi comunicada pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que destacou não apenas a importância econômica do reconhecimento, mas também os desafios que ele impõe aos diversos atores da cadeia produtiva de carne bovina no país. Para a entidade, o Brasil atinge, pela primeira vez, uma condição de excelência sanitária, erradicando completamente de seu território o vírus da febre aftosa, uma enfermidade que, por décadas, representou sérios riscos à produção pecuária e às exportações.

O reconhecimento como país livre de febre aftosa sem vacinação não é apenas um símbolo de eficiência sanitária, mas representa, sobretudo, uma chave que abre as portas para novos mercados internacionais, além de ampliar o acesso do Brasil a destinos comerciais já consolidados. Com o novo status, o país passa a integrar um seleto grupo de nações que conseguiram controlar e eliminar a circulação do vírus sem a necessidade de imunização preventiva, uma medida que, embora eficaz, sempre foi vista como uma limitação por parte de compradores mais exigentes.

A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta animais de casco fendido, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Embora não apresente risco direto à saúde humana, a enfermidade possui graves implicações econômicas, sanitárias e comerciais, sendo considerada uma das principais barreiras ao comércio internacional de produtos de origem animal. Por isso, o status sanitário de livre de febre aftosa é um dos mais relevantes no cenário do agronegócio global.

No Brasil, o combate à febre aftosa foi intensificado a partir da década de 1990, com a implementação do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com os estados, produtores rurais e organismos internacionais. O programa consistiu em um conjunto de medidas rigorosas de vigilância sanitária, vacinação sistemática, controle de trânsito de animais e aprimoramento das estruturas laboratoriais e de fiscalização.

O avanço no controle da doença permitiu que, gradualmente, regiões inteiras do país fossem sendo declaradas livres de febre aftosa com vacinação. No entanto, a meta mais ambiciosa sempre foi alcançar a certificação como país livre da doença sem a necessidade de imunização, status que confere ao rebanho uma condição sanitária superior e facilita a inserção dos produtos brasileiros em mercados que exigem os mais elevados padrões sanitários.

A decisão da OMSA é o reconhecimento máximo dessa trajetória de sucesso. O Brasil, que possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo e lidera as exportações globais de carne bovina, passa agora a competir em igualdade de condições com outros grandes produtores internacionais, como Estados Unidos, Austrália e países da União Europeia, cujos mercados valorizam e muitas vezes restringem a entrada de carne proveniente de países que ainda utilizam vacinação.

Para o setor produtivo, o novo status representa uma oportunidade sem precedentes. Além de potencializar as exportações, poderá também agregar valor aos produtos brasileiros, ampliar a confiança dos consumidores estrangeiros e estimular novos investimentos em cadeias produtivas associadas à pecuária.

Entretanto, conforme alertou a Abrafrigo, a conquista impõe novos desafios e responsabilidades. A manutenção do status de país livre de febre aftosa sem vacinação depende de vigilância constante, de políticas públicas eficazes e de um compromisso permanente com as boas práticas sanitárias. Qualquer falha pode comprometer a segurança do rebanho nacional e afetar a credibilidade internacional do país.

O Ministério da Agricultura e Pecuária destacou que continuará a reforçar as ações de fiscalização, vigilância epidemiológica e educação sanitária, garantindo que a cadeia produtiva siga operando dentro dos mais rigorosos padrões internacionais. Além disso, o governo federal pretende ampliar a cooperação com organismos internacionais para monitorar a evolução das condições sanitárias e prevenir eventuais riscos.

A conquista do status de país livre de febre aftosa sem vacinação não apenas consolida a posição do Brasil como potência agropecuária global, mas também reforça a imagem do país como referência em sanidade animal e segurança alimentar. O reconhecimento internacional evidencia o sucesso de políticas públicas integradas e da colaboração entre os setores público e privado em prol de um objetivo comum.

Neste contexto, o Brasil entra em uma nova era para sua pecuária, na qual a excelência sanitária se transforma em vetor estratégico para o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e o fortalecimento das relações comerciais com o mundo.

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