Mato Grosso do Sul, 25 de abril de 2025
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Brasil e Chile selam nova fase de cooperação e assinam acordos que prometem transformar a América do Sul

Lula e Boric firmam parcerias que vão do comércio à ciência, com destaque para a Rota Bioceânica e planos conjuntos de desenvolvimento sustentável
Imagem - Ricardo Stuckert /PR
Imagem - Ricardo Stuckert /PR

A visita do presidente Gabriel Boric ao Brasil nesta terça-feira não foi apenas uma cerimônia diplomática. O encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou o início de uma nova etapa nas relações entre Brasil e Chile, com a assinatura de 13 acordos e protocolos de intenções que visam ampliar a integração entre os dois países em diversas áreas. O tom das conversas foi de urgência, pragmatismo e cooperação estratégica voltada para o futuro da América do Sul.

Entre os acordos assinados, o que mais chamou atenção foi o compromisso com a integração física e logística, simbolizada pelo avanço da Rota Bioceânica de Capricórnio. Essa rota, quando concluída, ligará os portos brasileiros do Atlântico aos portos chilenos no Pacífico, criando um corredor comercial que poderá reduzir significativamente o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre os continentes. O projeto promete beneficiar não só o Brasil e o Chile, mas também outros países do interior do continente, como Paraguai e Argentina.

Acordos comerciais ampliam troca de bens e serviços

No campo comercial, foi firmado um memorando de entendimento para facilitar o comércio e remover barreiras técnicas e burocráticas. A ideia é diminuir entraves alfandegários, acelerar processos de importação e exportação e fortalecer o intercâmbio de bens e serviços de forma mais eficiente e ágil.

Os dois países também se comprometeram a criar mecanismos para aumentar a participação de pequenas e médias empresas no comércio bilateral, promovendo capacitação técnica, acesso ao crédito e incentivos à exportação. Esse ponto foi destacado por Lula como essencial para garantir que os benefícios da parceria cheguem às camadas mais populares da economia.

Outro ponto importante foi a assinatura de um acordo de cooperação aduaneira, que permitirá maior troca de informações entre as autoridades alfandegárias dos dois países, visando combater o contrabando, melhorar a fiscalização e dar mais segurança ao comércio formal.

Sustentabilidade e meio ambiente ganham espaço na agenda

A pauta ambiental também esteve no centro das discussões. Brasil e Chile firmaram um acordo de cooperação em energias renováveis e combate às mudanças climáticas. Os dois países se comprometeram a trocar tecnologias para o uso de energia solar, eólica e hidrogênio verde, além de promover políticas conjuntas para reduzir emissões de carbono e preservar biomas estratégicos.

Esse acordo se conecta diretamente com os interesses de ambos os governos em desenvolver uma economia verde, voltada à inovação sustentável e à proteção ambiental. Gabriel Boric enfatizou que o Chile vê no Brasil um parceiro chave para o futuro da energia limpa na região.

Ciência, defesa, cultura e mobilidade

Outros acordos assinados envolvem cooperação em áreas como educação, ciência e tecnologia, com destaque para programas de intercâmbio entre universidades e centros de pesquisa, além de iniciativas conjuntas em inovação e digitalização.

Também houve avanços em termos de defesa e segurança, com acordos que preveem o intercâmbio de experiências entre as Forças Armadas dos dois países, especialmente em missões de paz, patrulhamento de fronteiras e ações humanitárias.

No campo da cultura e mobilidade, foi firmado um acordo para facilitar o trânsito de pessoas, com o objetivo de incentivar o turismo, a mobilidade de estudantes e profissionais e o reconhecimento de documentos e diplomas entre os dois países.

Diálogo entre blocos econômicos e integração regional

Lula e Boric reforçaram que Brasil e Chile caminham juntos também na tentativa de aproximar o Mercosul e a Aliança do Pacífico, dois blocos econômicos que concentram grande parte da atividade comercial na América Latina. A ideia é promover uma convergência entre as economias sul-americanas, ampliando a capacidade de negociação global do continente.

Esse ponto foi considerado estratégico pelos dois presidentes, especialmente diante de um cenário internacional cada vez mais instável, com disputas comerciais, conflitos geopolíticos e mudanças nas cadeias de produção global.

Nova fase nas relações bilaterais

O Brasil é o maior destino de investimentos chilenos no exterior, e empresas do Chile já atuam em setores estratégicos no país. Com os novos acordos, a tendência é que esse fluxo aumente ainda mais, promovendo mais empregos, inovação e desenvolvimento econômico. O mesmo vale para as empresas brasileiras que encontram no Chile um ambiente estável e receptivo para seus investimentos, especialmente nos setores de mineração, energia, infraestrutura e alimentos.

No encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Chile, que contou com a presença de ministros e empresários dos dois países, Lula destacou que “essas parcerias não são só entre governos, mas entre os povos”. Boric completou dizendo que “o Chile é um aliado do Brasil, mas pode ser ainda mais. Temos um caminho promissor pela frente”.

O recado final foi claro: Brasil e Chile estão prontos para deixar de lado a distância e se aproximar como parceiros estratégicos em busca de um futuro mais integrado, justo e sustentável para toda a América do Sul.

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