Mato Grosso do Sul, 20 de junho de 2025
Campo Grande/MS
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Brasil propõe agenda transformadora na COP30 com foco em ação climática global em Belém

Nova carta da presidência brasileira apresenta 30 ações divididas em seis eixos estratégicos para acelerar a implementação do Acordo de Paris e mobilizar o mundo rumo a uma transição sustentável
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Agência Cenário Energia
Imagem - Agência Cenário Energia

A cidade de Belém, no coração da Amazônia, será palco de um dos eventos mais decisivos da história recente das negociações climáticas globais. À frente da presidência da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), o Brasil apresentou, nesta sexta-feira, 20 de junho, uma proposta inovadora que busca redefinir os rumos da ação climática internacional.

A nova carta divulgada pela presidência brasileira da COP30 propõe a estruturação de uma agenda de ação global baseada em 30 medidas concretas, distribuídas em seis eixos temáticos. O documento antecipa os temas que nortearão os debates em Belém, com o objetivo de acelerar a execução do Balanço Global (GST), mecanismo central do Acordo de Paris que avalia os esforços de mitigação e adaptação dos países signatários.

A inovação da proposta brasileira reside na inversão do processo tradicional das COPs anteriores. Em vez de construir uma agenda durante as negociações, o Brasil antecipa a discussão com base nos consensos obtidos no GST, permitindo que a implementação seja o foco central do encontro. “É um reservatório de iniciativas que conectam ambição climática a oportunidades de desenvolvimento”, destaca o embaixador e presidente designado da COP30, André Corrêa do Lago.

Uma agenda para transformar o mundo

A agenda brasileira estabelece como prioridade a mobilização de todos os setores da sociedade global. O documento enfatiza que a ação climática não deve ficar restrita aos governos centrais, mas precisa envolver governos subnacionais, setor privado, academia, organizações da sociedade civil e comunidades locais. A carta reafirma que é muitas vezes o setor privado quem se antecipa à implementação dos acordos, assumindo protagonismo com soluções práticas e inovadoras.

Segundo o texto, as 30 ações foram organizadas em seis eixos estratégicos, que abrangem desde a transição energética até a bioeconomia, passando pela agricultura, cidades resilientes, educação, saúde e tecnologias digitais. Esses eixos servem como um plano abrangente e adaptável, desenhado para acomodar as diversas realidades geográficas, econômicas e sociais ao redor do mundo.

Seis eixos para o futuro do clima

O primeiro eixo trata da transição energética e da descarbonização da indústria e dos transportes. Entre as ações estão a meta de triplicar a geração de energias renováveis, duplicar a eficiência energética e garantir acesso universal à energia limpa. Outro ponto de destaque é o compromisso com o abandono gradual dos combustíveis fósseis, de maneira justa e equitativa.

O segundo eixo aborda a proteção dos ecossistemas naturais. Estão previstas ações contra o desmatamento e a degradação florestal, bem como estratégias para restaurar florestas, oceanos e ecossistemas costeiros. No terceiro eixo, o foco é a agricultura sustentável e os sistemas alimentares resilientes, com destaque para a recuperação de terras degradadas e o acesso equitativo à alimentação.

O quarto eixo concentra-se na adaptação das cidades, infraestruturas e oferta de água, incluindo iniciativas de gestão hídrica, construção civil sustentável, mobilidade urbana e gestão de resíduos sólidos. Já o quinto eixo prioriza o desenvolvimento humano e social com ações voltadas à saúde pública, educação climática, erradicação da pobreza e valorização da cultura e do patrimônio.

Por fim, o sexto eixo reúne as bases financeiras e tecnológicas da transformação climática. Prevê financiamento climático, harmonização dos mercados de carbono, fortalecimento institucional, promoção da inovação, inteligência artificial e uso estratégico da informação climática.

Consulta inclusiva e mobilização global

A carta também apresenta a criação de uma consulta inclusiva, com duração de cinco anos, para definir a visão de longo prazo da agenda de ação. A iniciativa será conduzida pelos Campeões de Alto Nível da COP29 e da COP30, Nigar Arpadarai e Dan Ioschpe, e contará com grupos de trabalho específicos para cada eixo temático. Segundo Corrêa do Lago, a estrutura prevê 420 reuniões ao longo do processo preparatório da conferência, garantindo amplo debate e engajamento multissetorial.

A proposta brasileira está ancorada nas conclusões do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que defende a atuação integrada entre setores públicos e privados, evitando soluções isoladas que produzem impacto limitado. Ao incentivar uma arquitetura participativa e orientada para resultados, o Brasil busca consolidar a COP30 como um marco histórico para a ação climática.

Belém como símbolo da virada ecológica

A escolha de Belém como sede da COP30 tem um forte simbolismo. Localizada na Amazônia, a cidade representa tanto os desafios quanto as oportunidades da agenda climática. Ao propor a agenda de ação com antecedência, o Brasil sinaliza ao mundo que está disposto a liderar uma nova era de cooperação ambiental, baseada na justiça climática, na inclusão social e na inovação tecnológica.

Se bem-sucedida, a proposta brasileira poderá redefinir o papel das COPs, transformando encontros diplomáticos em plataformas de execução concreta. “A gente assina documento e nada acontece. Essa é a maior crítica”, resume Corrêa do Lago. Com a nova arquitetura institucional e os eixos bem definidos, a COP30 poderá romper esse ciclo e avançar em direção a uma nova governança climática global.

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