Mato Grosso do Sul, 12 de junho de 2025
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Brasil reforça combate à gripe aviária e busca superar restrições internacionais à exportação de carne de aves

Ministro Carlos Fávaro destaca a eficiência do sistema sanitário brasileiro e anuncia medidas para garantir a segurança agropecuária e a retomada plena das exportações
Fotos: Arquivo OP Rural
Fotos: Arquivo OP Rural

O Brasil vive, neste momento, um dos episódios mais desafiadores de sua história recente no campo da defesa sanitária animal, após o registro de um caso isolado de gripe aviária em uma granja comercial localizada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Embora a detecção da doença tenha causado preocupação, o governo federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), assegura que o país demonstrou eficiência e agilidade na contenção do foco, evitando a propagação do vírus para outras unidades produtivas.

Segundo o ministro Carlos Fávaro, o episódio serviu para comprovar a robustez do sistema sanitário brasileiro, reconhecido internacionalmente pela sua capacidade de monitoramento e resposta rápida a crises. “É importante dizer que essa crise mostrou ao mundo a robustez do sistema brasileiro”, afirmou o ministro durante entrevista concedida na última quarta-feira (4), na qual atualizou os dados relativos ao enfrentamento da gripe aviária no território nacional.

Fávaro ressaltou que, apesar de não se desejar a entrada do vírus em uma granja comercial, o fato de o Brasil ter conseguido impedir sua disseminação para outras propriedades avícolas é uma prova cabal da eficácia das medidas de biossegurança adotadas no país.

Situação controlada e expectativa de retomada plena das exportações

De acordo com o Ministério da Agricultura, o único caso confirmado até o momento ocorreu há 14 dias em Montenegro, sendo prontamente isolado. Cumprindo os protocolos internacionais, o país atravessa atualmente a fase do chamado “vazio sanitário”, um período de 28 dias sem o surgimento de novos casos, o que permitirá ao Brasil se declarar livre da gripe aviária nesse contexto específico, caso a ausência de novos focos seja mantida.

“Estamos, portanto, na metade do processo do vazio sanitário, sem que outras mortes ocorram nas granjas comerciais. Nossa expectativa é de que, ao final do vazio sanitário, a gente possa reduzir significativamente as restrições comerciais, até a volta completa à normalidade da comercialização”, explicou o ministro.

O governo federal mantém o estado de emergência, intensificando a vigilância sanitária em todas as regiões do país e ampliando os processos de investigação, especialmente em relação a casos de aves silvestres. Fávaro informou que, atualmente, há oito casos sob investigação, nenhum deles em granjas comerciais. O mais recente caso investigado em uma unidade produtiva no município de Antagorda, também no Rio Grande do Sul, foi descartado após análises laboratoriais.

Casos em aves silvestres não implicam restrições comerciais

O ministro destacou que, ao longo dos últimos dois anos, o Brasil registrou 168 casos de gripe aviária em aves silvestres, sem que isso tenha resultado em barreiras comerciais significativas. O mais recente episódio ocorreu no Zoológico de Brasília, onde um pombo e um marreco irerê foram encontrados mortos no dia 28 de maio.

As aves, recolhidas pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF), foram enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Mapa, que confirmou a presença do vírus. No entanto, conforme ressaltou Fávaro, os animais não pertenciam ao plantel oficial do zoológico, o que, segundo os protocolos internacionais, não acarreta restrições à comercialização.

“Há dois anos não tínhamos casos [da gripe] em animais silvestres. De lá para cá, nunca fechou um caso. É tão natural que não há protocolo prevendo restrição”, esclareceu o ministro, reforçando que o foco principal das medidas preventivas está na proteção das granjas comerciais.

Restrições comerciais e impactos econômicos

Mesmo com a contenção do foco e a demonstração de eficiência sanitária, as exportações brasileiras de carne de frango sofreram impactos imediatos. Segundo Carlos Fávaro, dos 160 países que tradicionalmente importam carne de frango do Brasil, 21 impuseram restrições totais, enquanto outros 14 suspenderam apenas as compras oriundas do Rio Grande do Sul. Além disso, quatro países deixaram de importar a carne especificamente produzida no município de Montenegro, epicentro do caso confirmado.

O ministro informou que as negociações diplomáticas para reverter tais restrições já foram iniciadas e destacou que há otimismo quanto à flexibilização das barreiras, especialmente após o encerramento do vazio sanitário e a confirmação do controle do foco.

No entanto, as restrições temporárias resultaram em uma queda média de 7% no preço da carne de frango no mercado interno brasileiro, conforme dados divulgados pela pasta da Agricultura. Embora essa redução possa beneficiar o consumidor final, ela representa um desafio para os produtores, que enfrentam margens de lucro menores e incertezas quanto à estabilidade das exportações.

Medidas para fortalecimento do sistema sanitário

Durante a coletiva de imprensa, o ministro anunciou ainda o encaminhamento de uma proposta de Medida Provisória à Casa Civil, com o objetivo de garantir a liberação de R$ 135 milhões em recursos para o enfrentamento de crises sanitárias, não apenas relacionadas à gripe aviária, mas também a outras ameaças que pairam sobre a agropecuária brasileira.

“Estamos reforçando o sistema sanitário do país, evitando maiores prejuízos e garantindo a segurança alimentar, tanto para o mercado interno quanto para os parceiros internacionais”, enfatizou Fávaro.

Atualmente, além da gripe aviária, o Brasil lida com outras três emergências sanitárias: doenças que afetam as produções de cacau, carambola e mandioca. O fortalecimento da capacidade de resposta a essas ameaças é considerado essencial para preservar a competitividade do agronegócio brasileiro e assegurar a confiança dos mercados internacionais.

Alerta permanente e vigilância contínua

O ministro fez um apelo aos criadores de aves comerciais e responsáveis por criadouros em todo o país para que mantenham níveis elevados de vigilância e sigam rigorosamente os protocolos de biossegurança. A rápida detecção de qualquer indício de contaminação é fundamental para evitar novos focos e garantir a estabilidade sanitária nacional.

Carlos Fávaro reiterou o compromisso do governo com a transparência na divulgação das informações e com a adoção de todas as medidas necessárias para proteger a saúde animal, humana e a economia nacional.

Com a continuidade das ações preventivas e o apoio dos produtores rurais, o Brasil busca superar este desafio sanitário e retomar plenamente sua posição de destaque como um dos maiores exportadores mundiais de carne de frango, setor que desempenha papel estratégico na economia do país.

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