O Brasil está cada vez mais no radar do mundo quando o assunto é comida na mesa. De acordo com um estudo feito pelo banco Santander, o país tem tudo para se tornar ainda mais relevante nos próximos anos na luta contra a fome global. E quem deve se dar melhor com esse avanço são os frigoríficos, seguidos pelas empresas que lidam com grãos e transporte.
O estudo levou em conta dados de órgãos nacionais e internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, a FAO, e o Banco Mundial. E mesmo sem considerar os efeitos das guerras comerciais recentes, como a dos Estados Unidos, a projeção já mostra um salto enorme na demanda por alimentos.
Segundo a FAO, entre 2011 e 2050 o consumo global de produtos agrícolas deve crescer cerca de 50%. Isso é puxado por dois fatores principais: o crescimento da população e o aumento da renda em países emergentes. Ou seja, mais gente comendo melhor. E quando a renda melhora, a alimentação muda. Sai o básico e entra a carne, os ovos, o leite. E pra tudo isso, é preciso mais grãos, já que são eles que alimentam os animais.
É aí que o Brasil entra com força. Aqui, se produz de tudo: carne, milho, soja, frango, porco, transporte e logística. Tudo no mesmo pacote. Por isso, segundo o levantamento, as maiores beneficiadas com essa nova onda de exportações serão empresas como JBS, BRF, Marfrig e Minerva, que dominam o setor de carnes. Na sequência, aparecem nomes como SLC Agrícola, 3tentos e Boa Safra, na parte de grãos, além da Raízen e da Rumo, que cuidam do transporte.
Maria Paula Cantusio, responsável pela análise no Santander, explicou que esse movimento é natural. “À medida que a renda da população de países de média e baixa renda aumenta, alguns dos alimentos básicos que eles mais consomem são substituídos por outros, como carne, laticínios e ovos”, disse ela. “E como temos esse crescimento, você precisa também alimentar esses animais com grãos. No Brasil a gente produz tudo isso.”
Além da renda, o número de bocas para alimentar também está aumentando, especialmente em regiões como África, Índia, Indonésia e outras partes da Ásia. E a China, que já é a maior compradora dos produtos do agronegócio brasileiro, deve continuar nesse posto, mesmo com o ritmo de crescimento mais lento.
Outro ponto que não dá pra ignorar são os conflitos no mundo. A guerra na Ucrânia, por exemplo, fez com que a Europa buscasse novos fornecedores de produtos agrícolas. O Brasil apareceu como solução e pode continuar sendo a resposta para esse tipo de crise.
Do lado da oferta, o Ministério da Agricultura estima que até 2033 a produção de grãos no Brasil cresça 27%, puxada por soja e milho. No caso das carnes, o aumento deve ser de quase 22%, especialmente com aves e suínos. Tudo isso vai ajudar o país a atender a crescente demanda por alimentos lá fora.
Mas não é só o exterior que vai movimentar o setor. O mercado interno também deve crescer. O estudo do Santander aponta que a venda de produtos mais refinados dentro do Brasil também vai aumentar. Assim, empresas que vendem alimentos por aqui, como Randon, Assaí, Carrefour, Grupo Mateus, GPA e Arcos Dorados, também devem se beneficiar, mesmo que em menor escala.
Com mais gente comendo melhor, mais países procurando comida e mais espaço pro Brasil nesse cenário, o futuro parece promissor para quem produz alimento. E no meio disso tudo, os frigoríficos devem liderar o caminho, colocando o Brasil no topo da cadeia de segurança alimentar mundial.
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