Na manhã desta segunda-feira, BNDES, Finep e Fundação Butantan anunciaram um novo fundo de investimento voltado para a saúde que pretende dar oportunidade a pequenas empresas e transformar pesquisas brasileiras em soluções reais para o povo.
Um passo importante foi dado rumo ao fortalecimento da saúde pública e da inovação no Brasil. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação Butantan lançaram, nesta segunda-feira, um edital público para escolher a gestora responsável por estruturar o novo Fundo de Investimento em Participações (FIP) na área da saúde.
Chamado de Fundo Saúde, o novo projeto nasce com um propósito bem claro: colocar dinheiro e estrutura na mão de quem tem boas ideias, mas não encontra espaço para crescer. O foco está nas micro, pequenas e médias empresas de base tecnológica, além de startups do ramo da saúde que desenvolvem medicamentos, vacinas, dispositivos, soluções digitais e tecnologias assistivas.
A proposta do fundo é ambiciosa e ao mesmo tempo realista. O capital inicial será de, no mínimo, R$ 200 milhões. Desse total, R$ 125 milhões poderão ser aportados pelo BNDES, por meio da BNDESPar, sua subsidiária de participações. A Fundação Butantan vai entrar com pelo menos R$ 50 milhões e a Finep, que usará recursos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), poderá investir até R$ 60 milhões. Outros investidores privados também poderão participar.
Essa união de forças entre três gigantes da ciência e do financiamento público é vista como uma jogada estratégica. A ideia é transformar conhecimento e pesquisa em produto que realmente chegue à ponta, beneficiando diretamente a população que usa o Sistema Único de Saúde (SUS).
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o fundo é parte de uma estratégia maior dentro da Nova Indústria Brasil. Ele explicou que o objetivo é conectar pesquisa com a prática, tirar ideias do papel e garantir que inovações nasçam aqui, com o selo do Brasil. “A iniciativa conecta ciência e desenvolvimento com a vida das pessoas, permitindo que novas vacinas, medicamentos e tecnologias para deficientes cheguem mais rápido a quem precisa”, afirmou.
O presidente da Finep, Celso Pansera, reforçou que o Brasil está voltando a investir forte em ciência e tecnologia. “Estamos batendo recorde na liberação de recursos para projetos importantes, e esse fundo é mais uma forma de garantir que o conhecimento vire investimento, trabalho e saúde de qualidade para o povo”, disse.
Já o diretor da Fundação Butantan, Saulo Simoni Nacif, lembrou que além de fabricar vacinas e medicamentos, é preciso ir além, criando um ambiente de inovação mais ousado. “Estamos prontos para assumir um papel ainda mais estratégico na ciência do país, e essa parceria mostra isso. Não é só produzir mais, é produzir com inteligência e inovação”, completou.
E o que é esse tal de FIP?
O FIP, ou Fundo de Investimento em Participações, é uma forma moderna de injetar dinheiro em empresas que têm potencial, mas muitas vezes não conseguem apoio financeiro nos bancos ou investidores tradicionais. Ele funciona como um sócio estratégico, que investe nas empresas e ajuda a crescer, melhorar a gestão e se fortalecer no mercado.
Nesse caso, o FIP vai priorizar empresas do setor de saúde que ainda estão começando, mas que têm ideias promissoras. A expectativa é fomentar o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, um conjunto de indústrias, laboratórios, centros de pesquisa e serviços que são fundamentais para a produção de insumos, equipamentos e tecnologias no Brasil, sem depender tanto do que vem de fora.
Desde os anos 90, o BNDES já colocou dinheiro em mais de 90 fundos desse tipo, que ajudaram a financiar mais de 600 empresas em todo o país. Agora, com o foco na saúde, a intenção é repetir a dose e garantir que o setor avance com inovação, emprego e soberania tecnológica.
Essa movimentação mostra que o Brasil está disposto a investir na sua própria capacidade de produzir ciência e tecnologia, fortalecendo o SUS e gerando oportunidades para empresas menores, que muitas vezes têm boas ideias, mas não conseguem apoio para seguir em frente.
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