Mato Grosso do Sul, 21 de maio de 2025
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Câmara aprova urgência para projeto que proíbe desconto automático em benefícios do INSS

Investigação revela fraudes envolvendo sindicatos e associações, e mais de 1,7 milhão de segurados solicitam reembolso por cobranças indevidas; votação do projeto deve ocorrer na próxima semana
Imagem - Câmara dos Deputados/Divulgação
Imagem - Câmara dos Deputados/Divulgação

Brasília — Em meio ao crescente número de denúncias envolvendo descontos indevidos nos benefícios previdenciários, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 20 de maio, o regime de urgência para o Projeto de Lei 1846/2025, que propõe a proibição do desconto automático de mensalidades associativas e sindicais em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão permite que a proposta vá diretamente à votação no Plenário, sem necessidade de tramitação nas comissões da Casa.

O projeto surge em resposta às inúmeras reclamações de aposentados e pensionistas, que nos últimos anos vêm sendo surpreendidos com descontos mensais em seus benefícios sem autorização expressa. Tais valores, na maioria dos casos, são atribuídos à suposta filiação a sindicatos, associações ou entidades de classe sem fins lucrativos. Contudo, muitos beneficiários afirmam jamais ter consentido com a adesão a essas instituições ou autorizado o débito em folha de pagamento do INSS.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, declarou que a análise do mérito da proposta ocorrerá na próxima semana. No entanto, ele ressaltou que, neste momento, a pauta está trancada pelo Projeto de Lei 1466/2025, que trata do reajuste dos servidores do Executivo. Ainda assim, Motta adiantou que todas as proposições relacionadas ao combate às fraudes no sistema previdenciário serão reunidas para deliberação conjunta, de forma a assegurar uma resposta legislativa firme diante das irregularidades reveladas.

Nos bastidores do Congresso e do Executivo, cresce a pressão popular e institucional para que se estabeleçam critérios mais rígidos para a aplicação de descontos nos contracheques dos beneficiários do INSS. As investigações conduzidas pela Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), já revelaram a atuação de organizações criminosas especializadas em fraudar o sistema previdenciário por meio da inclusão forçada de aposentados e pensionistas em entidades associativas.

Segundo balanço oficial divulgado no mesmo dia da aprovação da urgência do projeto, mais de 1,74 milhão de beneficiários do INSS já solicitaram o reembolso de valores descontados sem autorização. As queixas indicam que os segurados, ao consultarem seus extratos, identificaram mensalidades cobradas por entidades às quais nunca se filiaram. Em muitos casos, os prejudicados são idosos em situação de vulnerabilidade, que sequer compreendiam a origem das deduções em seus pagamentos.

O atual cenário provocou não apenas indignação, mas também uma mobilização nacional em defesa dos direitos dos aposentados. Entidades como o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União vêm acompanhando de perto o desdobramento do caso, solicitando providências urgentes para barrar a prática considerada abusiva.

A proposta em tramitação no Congresso Nacional estabelece que nenhum desconto poderá ser efetuado automaticamente sem uma autorização expressa, clara e documentada do beneficiário. Além disso, será exigida a renovação periódica da autorização, de modo a coibir fraudes prolongadas ou realizadas de forma silenciosa, por meio de mecanismos burocráticos de difícil contestação por parte dos segurados.

O tema também levanta uma discussão mais ampla sobre a transparência e a segurança nos sistemas de administração dos benefícios previdenciários. Especialistas alertam que, apesar da digitalização dos serviços do INSS, a fragilidade de alguns mecanismos de autorização e controle favorece a ação de entidades mal-intencionadas. A expectativa é de que a nova lei, se aprovada, obrigue o governo a revisar integralmente os processos de cadastramento de descontos e de fiscalização das entidades autorizadas a operar junto ao sistema.

A votação do Projeto de Lei 1846/2025 é aguardada com expectativa por milhões de brasileiros que dependem da previdência social para viver com dignidade. A eventual aprovação da proposta pode representar um marco na proteção dos direitos dos aposentados e pensionistas, além de dar um importante passo na moralização do uso dos recursos públicos e na responsabilização de instituições que se aproveitam da fragilidade alheia para lucrar indevidamente.

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