A sétima edição da campanha Julho das Pretas em Mato Grosso do Sul chega com ainda mais força em 2025, trazendo à tona o protagonismo e as lutas históricas das mulheres negras em diferentes territórios do estado. Com o tema “Eu, mulher preta”, a mobilização, promovida pela Secretaria de Estado da Cidadania, por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, integra o calendário nacional que, ao longo de julho, reafirma o compromisso com o enfrentamento ao racismo, ao sexismo e à ampliação de direitos.
Criada em 2019, a campanha tem como marco simbólico o dia 25 de julho, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra, Latina-Americana e Caribenha e, no Brasil, o Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra. A data também é oficialmente reconhecida em Mato Grosso do Sul pela Lei Estadual 11.254/2018 como o Dia Estadual da Mulher Negra, consolidando um espaço de reflexão, resistência e afirmação da identidade.
A programação deste ano inclui uma ampla gama de atividades voltadas à valorização das mulheres negras sul-mato-grossenses. Estão previstas rodas de conversa, oficinas, escutas ativas em comunidades quilombolas, seminários, apresentações culturais, debates jurídicos, formações políticas, mostras artísticas e ações de fortalecimento do empreendedorismo negro. Cidades como Campo Grande, Nova Andradina, Corumbá, Jardim, Nioaque e comunidades como Furnas do Dionísio e Nova Casa Verde são palcos das mobilizações.
A subsecretária Vânia Duarte ressalta que o Julho das Pretas é mais que uma agenda comemorativa. “É uma ação permanente de construção e resistência. A programação é pensada para ocupar os espaços públicos, valorizar a identidade da mulher negra e ampliar o acesso aos direitos. Reafirmar o protagonismo das mulheres negras é reafirmar também a importância de ações antirracistas e antissexistas em todos os espaços”, afirma.
Entre os destaques da programação estão eventos como o lançamento dos Indicadores Raciais do Observatório da Cidadania, oficinas sobre cidadania e estética negra, encontros com mulheres migrantes, debates sobre aplicação das Leis 10.639/2003 e 11.645, rodas de conversa com coletivos locais e a exibição de filmes em projetos como o Cine Maturidade. Também estão previstas apresentações culturais como a do grupo Batuqueiros de Nagô e o musical Tia Eva, além da ação #TodasPorElas pelo fim do feminicídio.
A escuta ativa nas comunidades quilombolas de Corumbá e Furnas do Dionísio, bem como a construção coletiva da Marcha da Mulher Negra, que ocorrerá em novembro, também se destacam. Essas atividades buscam fortalecer vínculos, valorizar saberes tradicionais, incentivar o diálogo com as autoridades e garantir visibilidade a pautas que muitas vezes são ignoradas no cotidiano institucional.
Em Nova Andradina, por exemplo, a campanha movimenta diversos setores da cidade, desde entrevistas em rádios locais até ações junto a universidades, coletivos, serviços públicos e espaços culturais. A proposta é integrar o poder público com a sociedade civil, reconhecendo as múltiplas realidades das mulheres negras e promovendo um ambiente de escuta, acolhimento e transformação.
Na cidade de Jardim, o tema da palestra “As mulheres negras na sociedade sul-mato-grossense” convida a população a refletir sobre as contribuições históricas dessas mulheres nos espaços urbanos e rurais do estado. Em Nioaque, oficinas culturais, exposição de artesanatos e atividades com crianças fortalecem o vínculo entre as comunidades quilombolas e a cultura local.
Com uma agenda descentralizada e diversa, a campanha reafirma o direito das mulheres negras a existirem plenamente, ocupando seus espaços com voz, memória e dignidade. “O Julho das Pretas amplia a consciência sobre a importância de nossas histórias. É uma ferramenta de transformação que une nossas vozes por um presente mais justo e um futuro mais digno”, conclui Vânia Duarte.
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