Mato Grosso do Sul, 22 de maio de 2025
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Campanha Lava-Pés alerta sobre os riscos do diabetes e leva acolhimento às ruas de São Paulo

Ação simbólica mobiliza profissionais de saúde e comunidade para prevenir complicações como feridas, infecções e amputações causadas pelo pé diabético
Foto: Rafael Nascimento/MS
Foto: Rafael Nascimento/MS


Ação simbólica mobiliza profissionais de saúde e comunidade para prevenir complicações como feridas, infecções e amputações causadas pelo pé diabético

A manhã do dia 17 de abril amanheceu diferente no bairro do Belenzinho, na Zona Leste de São Paulo. No Espaço de Cultura e Convivência Irmão Pedro Betancur, um gesto simples, carregado de simbolismo e cuidado, marcou o início da mobilização nacional da Campanha Lava-Pés: uma iniciativa que vai muito além da higiene e reforça a importância do acolhimento, da prevenção e do cuidado integral com quem vive com diabetes no Brasil.

Promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com instituições religiosas, universidades, profissionais da área da saúde e lideranças comunitárias, a campanha tem como foco alertar a população sobre os perigos do pé diabético — uma das complicações mais graves da doença, que afeta cerca de 20 milhões de brasileiros. Durante o evento, os participantes puderam realizar avaliações de saúde, medir a glicemia, a pressão arterial, receber orientações sobre alimentação, uso de medicamentos e práticas de autocuidado. Tudo de forma gratuita e acessível, especialmente para quem mais precisa.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve presente na ação e falou diretamente com o público, reforçando o compromisso do governo federal com o cuidado integral no Sistema Único de Saúde (SUS), com destaque para a população em situação de rua e grupos mais vulneráveis.

“Estar aqui hoje não é apenas um ato simbólico. É um compromisso. Vamos voltar todos os anos, com mais força e mais avanços. A prevenção começa com pequenos cuidados. Se a gente consegue olhar para os pés, a gente evita infecções, evita amputações e salva vidas. O SUS precisa estar presente desde o início, com medicação, orientação e, principalmente, acolhimento”, afirmou Padilha, emocionado com a receptividade da comunidade local.

O gesto de lavar os pés, inspirado em rituais cristãos realizados durante a Semana Santa, foi transformado em um ato de solidariedade, atenção e escuta. Enquanto voluntários higienizavam e examinavam os pés de pessoas com diabetes, também ouviam histórias, distribuíam informações e fortaleciam o vínculo entre a comunidade e os serviços públicos de saúde.

Entre os dias 16 e 24 de abril, a Campanha Lava-Pés será realizada em diversas cidades do país, contando com o apoio de secretarias estaduais e municipais de saúde, igrejas, instituições de ensino e organizações da sociedade civil. A iniciativa nasceu em Caruaru, no interior de Pernambuco, em 2014, e desde então se expandiu para todo o Brasil, mantendo o foco na prevenção de uma das complicações mais negligenciadas do diabetes.

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 25% das pessoas com diabetes irão desenvolver úlceras nos pés ao longo da vida. Em casos mais avançados, essas feridas podem evoluir para infecções graves, exigindo internações prolongadas e até amputações. Só entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025, foram mais de 4 mil amputações relacionadas ao pé diabético no Brasil.

O custo com esses atendimentos ultrapassa R$ 586 milhões por ano no SUS. A maioria dos gastos está relacionada a complicações evitáveis, o que evidencia a importância de investir na prevenção desde os primeiros sinais.

Pensando nisso, o Ministério da Saúde vem ampliando o acesso a medicamentos e tratamentos. Hoje, o SUS oferece gratuitamente insulinas humanas (NPH e regular), além de insulinas análogas de ação rápida e prolongada. Em 2024, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) autorizou o uso dessas insulinas também para pacientes com diabetes tipo 2.

Outro avanço foi a inclusão do medicamento dapagliflozina no programa Farmácia Popular. Indicado para pessoas com diabetes tipo 2 e risco cardiovascular, o remédio ajuda a controlar a glicose eliminando o excesso pelo rim e reduz a pressão arterial, diminuindo as chances de infarto, insuficiência renal e outras complicações.

No meio da movimentação, a dona Terezinha, de 63 anos, moradora do Belenzinho e diagnosticada com diabetes há mais de uma década, sentou-se em uma cadeira plástica e teve seus pés lavados e examinados. “Nunca tinha recebido um cuidado assim. Aqui a gente se sente gente. Não é só o pé que agradece, é o coração também”, contou emocionada.

Histórias como a de Terezinha dão sentido à campanha e mostram que o cuidado com a saúde precisa ser humanizado e contínuo. A Campanha Lava-Pés é um lembrete de que cuidar dos pés é, na verdade, cuidar da vida como um todo. E que o SUS, quando bem estruturado e com apoio da comunidade, pode transformar realidades.

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