Campo Grande, que já foi reconhecida como uma das cidades em crescimento mais promissoras do Centro-Oeste, agora carrega o peso de um recorde histórico em termos de famílias vivendo em situação de rua. Os números mais recentes do Cadastro Único (CadÚnico) mostram um aumento alarmante: em janeiro de 2025, 1.068 famílias estão em situação de rua na capital sul-mato-grossense, um crescimento sem precedentes, especialmente quando comparamos com a situação da cidade em 2012, quando apenas uma família estava cadastrada no programa.
A gestão da prefeita Adriane Lopes, que assumiu o cargo em abril de 2022, tem sido alvo de críticas de diversos setores da sociedade, que apontam a falta de ações concretas e eficazes para conter o crescimento dessa triste realidade. O número de famílias em situação de rua disparou, com o aumento acentuado desde 2020, passando de 525 famílias registradas em 2020 para mais de 1.000 em 2024. A cidade que deveria ser sinônimo de desenvolvimento agora enfrenta um dos maiores problemas sociais, com números de famílias morando nas ruas que superam até as previsões mais pessimistas.
A falta de políticas públicas que enfrentem de frente as questões de moradia, segurança alimentar e reintegração social tem sido apontada como uma das principais falhas da administração da prefeita. Muitos acreditam que, apesar do crescimento da cidade e da arrecadação, a gestão tem se mostrado ineficiente e sem um planejamento efetivo para dar um basta na crescente população de rua.
Em um cenário de crise social, a gestão de Adriane Lopes não conseguiu desenvolver programas eficazes de habitação para famílias de baixa renda ou políticas de reintegração que ofereçam alternativas reais para quem vive em situação de rua. Embora o município tenha dado alguns passos para ampliar os serviços de assistência social, os resultados são tímidos diante da magnitude do problema. Não há uma rede de acolhimento suficiente para lidar com a realidade de dependência química, saúde mental debilitada e a exclusão social que essas pessoas enfrentam todos os dias.

Foto: Marcos Maluf
Críticas de moradores e comerciantes da área central
Moradores e comerciantes da área central de Campo Grande não escondem o descontentamento com a situação. Para muitos, o aumento de pedintes, moradores de rua e pessoas com vícios aparentes em drogas se tornou uma realidade diária e desconfortável. As ruas que antes eram consideradas tranquilas e seguras agora são um reflexo do descaso e da falta de ação efetiva do poder público.
“Antigamente, a gente podia caminhar pelas ruas do centro com mais segurança. Agora, estamos vendo cada vez mais pessoas dormindo nas calçadas, pessoas em situações visíveis de uso de drogas, e o pior: ninguém faz nada para ajudar ou até mesmo para minimizar o problema. O que vejo é uma gestão que não olha para os problemas da cidade”, disse um comerciante da região central, que prefere não se identificar por receio de retaliações.
Moradores de prédiosresidenciais próximos às áreas mais afetadas também compartilham o desconforto. “Moro aqui há anos e, agora, a rua parece um campo de batalha. Pedintes a todo momento, as calçadas tomadas por moradores de rua, a insegurança aumentando. E o pior é que a prefeita não está fazendo nada para mudar isso. As promessas de mudanças não se concretizam, e a população paga o preço disso”, afirmou uma moradora de um prédio na área central.
A situação piora quando se fala sobre a questão dos vícios em drogas. A presença de pessoas visivelmente alteradas nas ruas tem gerado desconforto e até medo entre a população que frequenta o comércio local. Muitos comerciantes afirmam que a presença de usuários de drogas nas portas de lojas tem afastado clientes e afetado suas vendas. “Nosso movimento caiu. As pessoas não querem nem passar por aqui por causa dos usuários de crack e outras drogas. Isso, infelizmente, virou parte da nossa rotina. A prefeita não está fazendo o mínimo para ajudar”, desabafou um dono de uma loja no centro de Campo Grande.
Além disso, a sensação de abandono se intensifica nas regiões periféricas da cidade, onde o aumento da população de rua se mistura com a falta de investimentos em infraestrutura básica, saúde e educação. O resultado disso é uma marginalização cada vez mais profunda, o que leva muitos a questionarem até onde a gestão da prefeita Adriane Lopes está realmente comprometida com a melhora da qualidade de vida da população mais vulnerável.

Dependentes químicos fumam cachimbo e cigarro embolado (Foto: Marcos Maluf)
A ausência de políticas públicas adequadas
Apesar das críticas que se intensificam, a prefeita Adriane Lopes não apresentou um plano de ação claro e eficaz para lidar com o problema. As críticas de quem convive diretamente com a situação de rua nas áreas centrais e periféricas da cidade indicam a falta de uma estratégia que contemple a prevenção, acolhimento e reintegração dessas famílias à sociedade. Enquanto isso, a população de rua cresce e a cidade assiste a uma situação de emergência social sem as respostas necessárias.
Em momentos de crise, a gestão municipal precisa ser mais rígida e precisa, com uma liderança forte capaz de implementar políticas públicas que atendam às necessidades de quem mais precisa. A população de Campo Grande clama por mais investimentos em programas de habitação, saúde e assistência social. E, no entanto, as ruas da cidade continuam abarrotadas de pessoas que não conseguem ver nenhuma luz no fim do túnel.

Moradores usam praças como dormitórios (Foto: Marcos Ermínio)
Se o problema continuar sendo tratado com indiferença, e as promessas de um futuro melhor não forem acompanhadas de ações concretas, a administração da prefeita Adriane Lopes será lembrada pela omissão diante de um dos maiores desafios sociais que a cidade já enfrentou. Com o crescimento da população de rua e o aumento da insegurança nas áreas urbanas, é imperativo que o poder público se posicione de forma mais enérgica e decida se realmente está comprometido com o bem-estar da sua população, ou se continuará permitindo que esse cenário de miséria e abandono se prolongue.
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