O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é uma das doenças mais comuns e mortais do Brasil, mas, se detectado precocemente, suas chances de cura podem ultrapassar os 90%. A doença afeta principalmente o intestino grosso e o reto, órgãos responsáveis pela absorção de nutrientes e pelo armazenamento e eliminação de resíduos do corpo. Os fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer colorretal são bem conhecidos e estão intimamente ligados ao estilo de vida da população, incluindo dieta inadequada, obesidade, sedentarismo e histórico familiar. De acordo com os especialistas, as mudanças no estilo de vida, como adotar uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas regulares, são cruciais para a prevenção da doença.
A médica Eduarda Tebet, especialista da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul e integrante da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, escreveu um artigo no jornal O Globo, no qual destacou a importância de iniciar os exames de rastreamento para o câncer de intestino a partir dos 45 anos. A recomendação se baseia em um movimento global para antecipar o diagnóstico da doença, principalmente devido ao aumento da incidência de casos entre a população mais jovem e o envelhecimento da população.
Ela explica que o câncer colorretal, quando detectado cedo, apresenta mais de 90% de chance de cura, o que torna o rastreamento precoce uma ferramenta fundamental na luta contra a doença. O diagnóstico tardio, por outro lado, resulta em menores chances de sucesso no tratamento, uma vez que os tumores podem já ter se espalhado para outras partes do corpo. Este é um dos motivos pelos quais especialistas como Eduarda Tebet, juntamente com o médico Marcelo Averbach, coordenador da campanha Março Azul, defendem que o rastreamento comece mais cedo, a partir dos 45 anos, em vez de aguardar até os 50 anos, como era recomendado anteriormente.
O câncer colorretal é frequentemente silencioso nas fases iniciais, com sintomas que podem ser confundidos com outras doenças mais comuns, como dores abdominais, alterações no hábito intestinal e perda de peso inexplicada. Por isso, os exames de rastreamento, como a colonoscopia, são vitais para a detecção antes que o câncer avance. Esses exames são simples e, quando feitos regularmente, podem identificar lesões precoces ou até mesmo pólipos, que são pequenas alterações no intestino que podem, com o tempo, se tornar cancerígenas.
A alimentação desempenha um papel crucial no desenvolvimento do câncer de intestino. Dietas ricas em carnes processadas, alimentos gordurosos e pobres em fibras aumentam o risco de desenvolver a doença. Por outro lado, uma dieta rica em frutas, legumes, grãos integrais e alimentos ricos em fibras ajuda a proteger o sistema digestivo e reduzir o risco de câncer. Além disso, a prática regular de atividades físicas também é um fator importante na prevenção, pois o sedentarismo está associado a um aumento do risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer, incluindo o colorretal.
Além da alimentação e da atividade física, outro fator relevante é o histórico familiar. Pessoas com familiares que tiveram câncer colorretal podem ter um risco maior de desenvolver a doença e, por isso, devem iniciar os exames de rastreamento mais cedo e com maior frequência. Em alguns casos, a orientação médica pode ser para começar o rastreamento aos 40 anos ou até mesmo antes, dependendo do histórico familiar.
Os números da doença no Brasil são preocupantes. O câncer de intestino tem mostrado um aumento considerável na incidência, especialmente entre os mais jovens. A mudança nas recomendações de rastreamento visa combater esse crescimento, pois muitos casos de câncer colorretal só são diagnosticados em estágios avançados, quando o tratamento já é mais complexo e o prognóstico pior. Além disso, a sobrecarga do sistema de saúde com a demanda por tratamentos intensivos e a internação de pacientes em estágios avançados da doença reflete a necessidade urgente de políticas públicas de prevenção.
O Sistema Único de Saúde (SUS), em Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil, oferece acesso ao rastreamento para o câncer colorretal, incluindo exames de colonoscopia. No entanto, a conscientização e a adesão à recomendação de fazer esses exames são essenciais para que mais vidas possam ser salvas. A campanha Março Azul, liderada por especialistas como Eduarda Tebet e Marcelo Averbach, visa justamente alertar a população sobre a importância da detecção precoce e da prevenção.
O câncer de intestino, se detectado no início, tem um tratamento muito mais eficaz e pode ser curado. Por isso, é essencial que as pessoas comecem a se preocupar com a saúde intestinal o quanto antes, adotando hábitos de vida saudáveis, realizando os exames preventivos e buscando orientação médica. Com o avanço da medicina e o aumento da conscientização, o número de casos e mortes por câncer colorretal pode ser reduzido, dando mais esperança para quem já está na luta contra a doença.
#CâncerDeIntestino #PrevençãoÉVida #MarçoAzul #RastreamentoPrecoce #CuraDoCâncer #SaúdeIntestinal #HábitosSaudáveis #ExamePreventivo #ConscientizaçãoSobreCâncer #MudeSuaVida #PrevençãoCâncer #TratamentoCâncer
