Na manhã desta segunda-feira, dia 12 de maio, a Confederação Brasileira de Futebol oficializou o que há muito tempo era aguardado com expectativa pela comunidade esportiva nacional. O italiano Carlo Ancelotti, um dos técnicos mais vitoriosos da história do futebol mundial, é o novo comandante da Seleção Brasileira. Após dois anos de especulações e tratativas, o vínculo está finalmente selado, marcando o início de uma era inédita e promissora para o time canarinho.
A escolha por Ancelotti ocorre em um momento de reestruturação e busca de identidade. Após a saída precoce de Dorival Júnior, que sucedera os interinos Ramon Menezes e Fernando Diniz, a CBF optou por entregar o destino da Seleção a um treinador com currículo inquestionável. A decisão foi anunciada poucos dias após a derrota do Real Madrid para o Barcelona no clássico espanhol e do anúncio de que Xabi Alonso assumirá o time merengue para o Mundial de Clubes da Fifa.
Carlo Ancelotti não é apenas mais um técnico estrangeiro à frente da Seleção. Ele é o quarto em toda a história centenária do escrete brasileiro, seguindo os passos do português Joreca (1943), do uruguaio Ramón Platero (1925) e do argentino Filpo Núñez (1965). Contudo, ao contrário dos seus antecessores, Ancelotti chega ao Brasil com um peso histórico inédito: é o único treinador do futebol mundial a conquistar a Champions League cinco vezes, duas como jogador e três como técnico, além de ser campeão nas cinco principais ligas da Europa — Itália, Inglaterra, França, Alemanha e Espanha.
A estreia oficial de Ancelotti acontecerá no próximo mês, em partida válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. O primeiro desafio será em Quito, contra o Equador. Em seguida, o Brasil enfrentará o Paraguai na Neo Química Arena, em São Paulo. O contrato, conforme divulgado pela CBF, é válido até o fim do Mundial de 2026, com salário estimado em R$ 5 milhões por mês, tornando-se o técnico mais bem pago entre todas as seleções do planeta.
A trajetória de Carlo Ancelotti é marcada pela sobriedade, pelo respeito ao jogo coletivo e pela capacidade de extrair o máximo de seus atletas com serenidade e inteligência tática. Como jogador, brilhou como meio-campista no Milan, sendo bicampeão europeu. Como treinador, dirigiu gigantes como Juventus, Milan, Chelsea, Paris Saint-Germain, Bayern de Munique, Napoli, Everton e, mais recentemente, o Real Madrid.
Pelo clube espanhol, teve duas passagens históricas. Na mais recente, foi responsável por conquistar a Champions League de 2022, derrotando grandes potências como Manchester City e Liverpool, além de conquistar o título de La Liga no mesmo ano. Sua liderança refinada, aliada à experiência em gerenciar vestiários repletos de estrelas, é um dos trunfos que a CBF pretende explorar em busca da sexta estrela mundial.
Além dos títulos, Ancelotti é conhecido por sua capacidade de adaptação a diferentes culturas futebolísticas e por sua gestão humana. Não raro é elogiado por ex-jogadores como Cristiano Ronaldo, Kaká, Zlatan Ibrahimovic e Thierry Henry, que destacam seu respeito pelos atletas e sua habilidade em manter a harmonia do grupo, mesmo sob alta pressão.
Com Ancelotti no comando, o Brasil assume uma nova perspectiva. Deixa de lado os modelos tradicionais e abre espaço para um intercâmbio de visões e metodologias que têm feito sucesso na elite do futebol europeu. A expectativa da torcida brasileira agora se volta para a reconstrução de uma seleção sólida, competitiva e respeitada mundialmente.
O desafio não é pequeno, mas a bagagem do treinador italiano é vasta. E com ela, vem a esperança de que a Seleção Brasileira reencontre o caminho da glória nos campos da América do Norte em 2026.
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