Mato Grosso do Sul, 18 de junho de 2025
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Cartão Vermelho: Após passar mal em presídio, Francisco Cezário é levado as pressas para hospital

Por telefone, o advogado disse que o empresário segue em observação, sem informações detalhadas sobre o estado de saúde do cliente
Imagem - Divulgação
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Investigado pela Operação Cartão Vermelho, Francisco Cezário de Oliveira, de 78 anos, foi internado às pressas no fim da tarde desta quarta-feira (5), em Campo Grande. O presidente afastado da Federação Estadual de Futebol teve uma suspeita de infarto no Presídio Militar e segue em atendimento no Hospital da Cassems.

A reportagem apurou que o “dono da bola” estava abalado com a situação da irmã, Maria Rosa Cezário. Ela tinha 80 anos, estava acamada após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e morreu hoje.

“Ela tinha a saúde bem debilitada e isso se agravou com a prisão do irmão. Chegou a ser internada há poucos dias e não resistiu”, explicou o advogado André Borges que faz a defesa de Cezário na operação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

Por telefone, o advogado disse que o empresário segue em observação, sem informações detalhadas sobre o estado de saúde do cliente. “Vamos aguardar uma resposta concreta dos médicos pela manhã”.

Operação

De acordo com as investigações do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o presidente afastado é apontado como um dos líderes de esquema que desviou aproximadamente R$ 6 milhões na FFMS. 

Denominada ‘Cartão Vermelho’, a operação visa desarticular organização criminosa voltada à prática de peculato e demais delitos dentro da entidade que comanda o futebol sul-mato-grossense.

Conforme o MPMS, o dinheiro chegava à FFMS através de convênios assinados com o Governo do Estado e através da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A partir daí, os valores eram desviados. 

“Durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou, na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em benefício próprio e de terceiros”, diz nota encaminhada pelo Ministério Público no dia da operação.

Ainda segundo as investigações, uma das formas de desvio acontecia através de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação, em valores não superiores a R$ 5 mil para “não alertarem os órgãos de controle”. 

Depois, o dinheiro era “dividido entre os integrantes do esquema”, afirma o MPMS.

Durante os meses de investigação, foi constatado que os integrantes do grupo realizaram mais de 1.200 saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões. 

Além dos saques realizados com valores baixos, a organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

“Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul”.

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