Campo Grande (MS) celebra uma década de funcionamento da primeira Casa da Mulher Brasileira (CMB), um marco na luta contra a violência de gênero no Brasil. Desde sua inauguração, em 2014, a unidade tornou-se referência nacional, com mais de 1,6 milhão de atendimentos psicossociais realizados e 63 mil medidas protetivas concedidas. A capital sul-mato-grossense foi escolhida para abrigar a primeira unidade do projeto devido aos altos índices de registros de violência na Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.
A CMB não é apenas um espaço de acolhimento, mas um modelo de atendimento humanizado e interinstitucional. Reunindo diversos serviços em um mesmo local, a Casa possibilita um atendimento integral e eficiente, envolvendo Defensoria Pública, Ministério Público, polícia, assistência social e psicologia, além de garantir medidas legais e assistenciais para as vítimas. Desde sua fundação, a unidade já registrou mais de 80 mil boletins de ocorrência e realizou 138 acolhimentos imediatos, reforçando a necessidade de uma estrutura especializada para atender essas mulheres.
Reconhecimento e Expansão do Projeto
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, celebrou o aniversário da Casa destacando a importância do projeto e os avanços alcançados. “Estou emocionada em ver os dez anos da primeira Casa da Mulher Brasileira trazendo grandes resultados. São mais de mil mulheres atendidas por mês, com efetividade nas medidas de urgência e integração de diversos serviços. A Casa é referência e temos que parabenizar os parceiros: Defensoria Pública, Ministério Público, Ministério da Justiça, governo do estado e prefeitura. Esse atendimento integrado e humanizado era o que previa a presidenta Dilma Rousseff quando propôs a criação das CMBs”, afirmou.
O projeto, que começou com a unidade de Campo Grande, já se expandiu para outras capitais, totalizando 10 Casas em funcionamento. Outras 27 estão em fase de implementação, com previsão de alcançar 40 unidades até 2026. Entre as cidades que já contam com a estrutura estão Curitiba (PR), Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Boa Vista (RR), Ceilândia (DF), São Luís (MA), Salvador (BA), Teresina (PI) e Ananindeua (PA).
Comemoração dos 10 anos
Para celebrar a data, um evento comemorativo será realizado na próxima quinta-feira (6/2), na unidade de Campo Grande. O encontro será uma oportunidade para destacar os avanços conquistados, reafirmar compromissos e discutir os desafios ainda presentes na erradicação da violência contra a mulher no Brasil.
O Programa “Mulher Viver sem Violência”
A Casa da Mulher Brasileira faz parte do Programa “Mulher Viver sem Violência”, criado pelo Decreto nº 11.431/2023, com foco no acolhimento humanizado e na integração de serviços para mulheres em situação de violência. O programa também inclui o Ligue 180, os Centros de Referência da Mulher Brasileira (CRAM), unidades móveis de atendimento a mulheres em situação de risco e campanhas de conscientização permanentes.
O impacto das Casas da Mulher Brasileira é visível na vida de milhares de mulheres que encontraram ali apoio para recomeçar. Com a expansão do projeto, espera-se que cada vez mais vítimas possam acessar serviços de qualidade e romper o ciclo da violência.
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