O cenário de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti voltou a preocupar Mato Grosso do Sul em 2025. Segundo o mais recente boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgado nesta terça-feira, o estado já registra 10.178 casos prováveis de dengue, sendo 3.987 confirmados oficialmente. O documento, que corresponde à 17ª semana epidemiológica, ainda revela um dado alarmante: 10 pessoas perderam a vida por complicações da doença, enquanto outros 6 óbitos seguem sob investigação.
Nas duas últimas semanas, o município de Taquarussu chamou a atenção ao registrar uma média significativa de casos confirmados. Já os óbitos ocorreram em Inocência, Três Lagoas, Nova Andradina, Aquidauana, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Iguatemi, Paranhos e Itaquiraí. Das 10 vítimas, 4 apresentavam comorbidades que agravaram o quadro clínico. A SES reforça que todo o estado está em alerta, com atuação intensificada nos municípios com maior incidência.
Mesmo com a chegada das vacinas, a luta contra a dengue ainda exige vigilância constante. Até o momento, Mato Grosso do Sul recebeu 241.030 doses do imunizante enviadas pelo Ministério da Saúde. Destas, 156.182 já foram aplicadas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias, faixa etária mais vulnerável a hospitalizações causadas pela doença. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A vacinação segue sendo a principal ferramenta de prevenção entre o público jovem.
Enquanto a dengue avança, outro velho conhecido da população também preocupa: a Chikungunya. Neste ano, o estado já contabiliza 8.118 casos prováveis, dos quais 1.874 foram confirmados por meio do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). O boletim ainda destaca que 17 gestantes foram diagnosticadas com a doença, o que acende sinal de alerta nos serviços de saúde, já que a infecção pode provocar complicações durante a gravidez.
O número de óbitos por Chikungunya também assusta. Cinco mortes foram registradas nos municípios de Dois Irmãos do Buriti, Vicentina, Naviraí e Terenos. Assim como na dengue, a automedicação é fortemente desaconselhada. Diante de sintomas como febre alta, dores musculares, manchas vermelhas pelo corpo ou dor atrás dos olhos, a orientação é clara: procurar imediatamente uma unidade de saúde.
Entenda o que são Dengue, Chikungunya e Zika
Dengue, Chikungunya e Zika são doenças virais transmitidas pelo mesmo vetor: o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em ambientes com água parada, limpa e exposta. Apesar de causarem sintomas parecidos, cada uma tem características e consequências específicas.
A dengue é a mais comum entre elas. Seus principais sintomas incluem febre alta repentina, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações, além de manchas vermelhas na pele, náusea e cansaço. Em casos mais graves, pode causar hemorragias, queda de pressão e, se não tratada adequadamente, levar à morte. O tratamento é feito com acompanhamento médico, repouso, hidratação e, em alguns casos, hospitalização. Não existe um tratamento antiviral específico, mas a detecção precoce reduz complicações.
A chikungunya também causa febre alta e dores intensas nas articulações, que podem persistir por semanas ou até meses, deixando o paciente debilitado. Outros sintomas são dor muscular, dor de cabeça, náuseas e manchas vermelhas. O tratamento é feito com medicamentos para aliviar a dor e a febre, hidratação e repouso. A doença, embora raramente fatal, pode causar grande impacto na qualidade de vida.
A zika, por sua vez, costuma apresentar sintomas mais leves, como febre baixa, coceira, manchas no corpo, dor nos olhos e nas articulações. A grande preocupação com o vírus Zika está relacionada às gestantes, pois a infecção pode causar microcefalia e outras malformações no feto. A prevenção é a única forma eficaz de controle, já que, assim como as outras duas doenças, não há um tratamento antiviral específico.
Ações de prevenção devem começar dentro de casa
As autoridades estaduais reforçam a importância da colaboração da população para conter a proliferação do mosquito transmissor. Medidas simples, como eliminar recipientes com água parada, cobrir caixas d’água, limpar calhas e não acumular lixo nos quintais, fazem toda a diferença na redução de focos do Aedes aegypti.
Com a chegada das estações mais quentes e chuvosas, o risco de epidemia se torna ainda maior. Por isso, os esforços conjuntos entre poder público e sociedade são indispensáveis para enfrentar esse desafio de saúde pública.
A luta contra a dengue e a Chikungunya não é só do governo, é de todos. E começa dentro de casa.
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