Mato Grosso do Sul, 24 de abril de 2025
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Casos de Síndrome Respiratória disparam em Mato Grosso do Sul e acendem alerta em Campo Grande

Com cinco semanas seguidas de alta nos registros, número de internações e mortes preocupa; vacinação contra Influenza é reforçada para proteger crianças e idosos

Mato Grosso do Sul enfrenta um momento delicado na área da saúde pública. Pela quinta semana consecutiva, o estado registrou aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o que tem levado preocupação a profissionais da saúde, autoridades e famílias, principalmente em Campo Grande, onde se concentram a maioria das notificações.

Desde o início de 2025, já foram contabilizados 1.755 casos e 119 mortes por SRAG com necessidade de hospitalização. O número não para de subir e reflete o padrão sazonal típico do outono e do inverno, quando os vírus respiratórios circulam com mais intensidade. Os dados são da Gerência de Influenza e Doenças Respiratórias da Secretaria de Estado de Saúde.

O cenário começou a se agravar na primeira quinzena de março, quando os registros deram um salto: foram 142 casos na semana 10, 163 na semana 11, 166 na semana 12, 198 na semana 13 e 246 na semana 14, a mais recente com dados consolidados. Essa última, por exemplo, teve um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram 160 casos.

A maior parte das infecções está sendo causada por rinovírus, responsável por 35,5% dos casos com agente identificado, seguido pelo vírus sincicial respiratório, com 19%. Esses dois vírus são particularmente agressivos em crianças pequenas e idosos, justamente os grupos que estão mais vulneráveis neste momento.

Campo Grande é o epicentro dos casos no estado. Sozinha, a capital responde por aproximadamente 70% das notificações feitas na semana 14, com 633 casos acumulados em 2025. A gerente de Influenza e Doenças Respiratórias da SES, Lívia de Mello Maziero, chamou atenção para a gravidade da situação e destacou os públicos que exigem mais cuidado.

“Estamos vivendo dias difíceis. A maior parte das hospitalizações por SRAG tem ocorrido entre crianças de zero a nove anos, enquanto os óbitos se concentram nas pessoas acima dos 70 anos. Essas faixas etárias exigem atenção redobrada e monitoramento constante”, explicou a especialista.

A Semana Epidemiológica 17 começou neste domingo, dia 20, mas os dados ainda não foram totalmente processados por conta do feriado prolongado. Até agora, os números incluem registros até a semana 15, e a expectativa é que uma nova atualização seja divulgada na próxima quinta-feira, dia 24.

Diante da situação, a Secretaria de Estado de Saúde reforça a importância de ficar atento aos primeiros sintomas respiratórios, como tosse, febre, falta de ar e cansaço. A recomendação é que qualquer pessoa, especialmente crianças e idosos, procure a unidade de saúde mais próxima assim que os sintomas aparecerem.

Para tentar conter o avanço da doença, a SES promoveu uma força-tarefa para ampliar a vacinação contra a Influenza, um dos vírus que também pode causar quadros graves de SRAG. A estratégia incluiu parcerias com o Corpo de Bombeiros e ações em formato drive-thru, com funcionamento estendido à noite e nos fins de semana.

Durante os 16 dias de campanha intensiva, encerrada na última quinta-feira, dia 17, foram aplicadas 8.390 doses no drive-thru montado em Campo Grande. Nos finais de semana, a procura aumentou ainda mais: somente no sábado, dia 5 de abril, foram aplicadas 1.470 doses. No domingo, dia 6, foram 1.160, e no sábado seguinte, 12 de abril, mais 1.360 pessoas foram vacinadas.

Além disso, outras 879 doses foram aplicadas em ações extramuros, como no Hemosul, no Laboratório Central e diretamente nos terminais de transporte coletivo, priorizando sempre os grupos definidos pelo Ministério da Saúde.

De acordo com Frederico Moraes, gerente de imunização da SES, a adesão foi positiva, e o formato adotado contribuiu para alcançar quem geralmente não consegue comparecer durante a semana. “A estratégia facilitou para quem não conseguia se deslocar durante o horário comercial, reduzindo filas e garantindo segurança no atendimento aos grupos prioritários, cuja adesão foi bastante positiva”, comentou.

Apesar da mobilização, as autoridades de saúde seguem em alerta. Com a chegada do clima mais frio, a tendência é que os casos de SRAG continuem subindo, e o reforço nos cuidados e na prevenção será decisivo para evitar novos agravamentos. A recomendação é clara: vacinar, proteger os mais vulneráveis e não ignorar os primeiros sinais de problemas respiratórios.

Conheça os principais aspectos sobre a Síndrome Respiratória Aguda Grave

De acordo com o intensivista e anestesiologista Leandro Braz de Carvalho, para que um vírus se torne pandêmico, é necessário emergir do seu hospedeiro natural e nunca ter infectado a espécie humana que, por sua vez, desprovida de imunidade, torna-se vulnerável. 

Além disso, o vírus com potencial pandêmico causa enfermidade na espécie humana e é transmitido eficientemente de pessoa a pessoa, podendo ser mais patogênico que as cepas epidêmicas.

 Confira abaixo 7 pontos relacionados à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Os aspectos sociais possuem significativa influência sobre a Síndrome Respiratória Aguda Grave

A emergência de enfermidades infecciosas aplicados a influenza é estimulada por aspectos como o aumento das populações urbanas, de idosos e de pacientes crônicos; intensificação de contatos internacionais por meio de viagens e comércio de alimentos e objetos; maior contato entre humanos e animais domésticos e aumento da pobreza e da vulnerabilidade social.

Quando ocorre a síndrome gripal (SG)?

A síndrome gripal ocorre quando o indivíduo apresenta febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e ao menos um dos sintomas da cefaleia, mialgia ou artralgia.

Quais indivíduos podem ser acometidos pela síndrome respiratória aguda grave (SRAG)?

A síndrome respiratória aguda grave pode acometer indivíduos de qualquer idade que atenda à definição de caso de SG e que apresente dispneia, saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente ou sinais de desconforto respiratório, dentre outros sintomas associados.

Outros sintomas associados à Síndrome Respiratória Aguda Grave

Os outros sintomas associados à síndrome respiratória aguda grave são aumento da frequência respiratória de acordo com a idade ou piora nas condições clínicas de base em cardiopatias e pneumopatias crônicas e hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente. 

Além destes itens, em crianças deve-se observar também os batimentos de asa do nariz; cianose; tiragem intercostal; desidratação e inapetência.

Quais são os grupos de risco para agravamento da síndrome respiratória aguda grave (SRAG)

Há diversos grupos de risco para agravamento da síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Sendo assim, fazem parte dos grupos de risco mais vulneráveis ao agravamento da SRAG:

  • crianças menores de 2 anos e adultos com mais de 60 anos; 
  • gestantes e puérperas até duas semanas após o parto (incluindo mulheres que sofreram aborto ou perda fetal); 
  • obesos mórbidos, ou seja, com índice de massa corporal maior ou igual a 40 população indígena
  • dentre outros.

Quais são os indivíduos com doenças crônicas são vulneráveis à síndrome respiratória aguda grave (SRAG)?

Também fazem parte do grupo de risco para agravamento da SRAG pessoas que sofrem com pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias (com exceção de hipertensão arterial sistêmica); nefropatias; hepatopatias; doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); distúrbios metabólicos (incluindo diabetes) e transtornos neurológicos que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, Síndrome de Down, AVC ou doenças neuromusculares).

Sinais de agravamento da SRAG

Os sinais de agravamento da SRAG são:

  • aparecimento de dispneia, taquipneia ou hipoxemia; 
  • persistência ou aumento da febre por mais de três dias (pode indicar pneumonite primária pelo vírus influenza ou secundária a uma infecção bacteriana); 
  • exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica; 
  • exacerbação de doença cardíaca pré-existente; 
  • miosite comprovada por exames laboratoriais; 
  • alteração do sensório; 
  • exacerbação dos sintomas gastrointestinais em crianças 
  • desidratação

ALERTA: Quando essas alterações se manifestarem em pacientes com fatores de risco para a complicação por influenza, deve-se dar atenção especial.

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