A tarde desta segunda-feira entrou para a história na capital paulista. A Catedral da Sé, coração do centro de São Paulo, foi tomada por uma multidão de fiéis que se reuniram para prestar a última homenagem ao papa Francisco, falecido na manhã do mesmo dia.
A missa, celebrada ao meio-dia pelo arcebispo dom Odilo Scherer, emocionou quem estava presente e quem acompanhava à distância. No altar, ao lado de flores brancas e velas, uma foto do pontífice sorridente lembrava a todos da leveza e humanidade de sua missão.
“Hoje fomos surpreendidos com a notícia do falecimento do papa Francisco. E se é possível escolher um momento, ele escolheu uma segunda-feira da Páscoa, quando a Igreja celebra a vida que vence a morte”, disse dom Odilo, abrindo a cerimônia que reuniu centenas de pessoas entre idosos, jovens, religiosos, curiosos e gente simples que só queria se despedir de quem consideravam um verdadeiro exemplo de humanidade.
Durante a homilia, o cardeal não poupou palavras ao falar da importância de Francisco. Relembrou seus gestos de humildade, sua proximidade com os pobres e a coragem de enfrentar as dores da vida sem esconder sua fragilidade. “Ele foi sempre muito humano, e nunca fez questão de esconder isso. Mesmo doente, mesmo em cadeira de rodas, ele continuava sendo sinal de amor e força para o mundo inteiro.”
A presença de Francisco nos corações das pessoas ficou clara nas palavras da aposentada Elza Rosa, de 74 anos. De pé, com as mãos juntas em oração, ela não conteve as lágrimas. “Está doendo muito. Ele era uma pessoa santa. A gente amava ele. Ele fez muito pelo Brasil e pelo mundo”, contou.
Perto do altar, Milton Moreira, de 80 anos, dizia com orgulho: “O papa era humilde, estava sempre do lado dos necessitados. Ele viveu pela paz, e a grandeza dele vai além do que a gente pode explicar.”
A consultora óptica Dina Cavallari, de 60 anos, fez questão de destacar a abertura de Francisco diante das diferenças. “Ele nunca teve preconceito. Acolhia todos, independentemente de crença, de quem a pessoa era. Essa mente aberta, esse carinho pelas pessoas, vai deixar muita saudade. O novo papa tem que entender o mundo de hoje, como ele entendia.”

Antes da missa, dom Odilo concedeu uma coletiva à imprensa onde falou sobre o legado deixado pelo pontífice. Destacou que o papa deu continuidade ao espírito do Concílio Vaticano II, tornando a Igreja mais aberta, próxima das pessoas e preocupada com as realidades do mundo moderno.
Um ponto forte do seu pontificado, segundo o cardeal, foi a firmeza com que enfrentou as crises dentro da própria Igreja. “Ele teve coragem de enfrentar as chagas morais, como os casos de abusos. Criou regras duras para corrigir essas situações e não passou pano para nada. Isso foi um marco.”
Dom Odilo também lembrou da escolha de cardeais fora do tradicional eixo europeu como parte da preocupação de Francisco com as periferias. “Ele quis ouvir todos. Os pobres, os que vivem longe dos centros, os esquecidos. Francisco se preocupava com as periferias do mundo e da alma.”
Comovidos e em silêncio respeitoso, os fiéis permaneciam na catedral mesmo depois do fim da missa, rezando e acendendo velas. Para muitos, a perda do papa Francisco é mais que o fim de um pontificado. É a despedida de um líder que soube ser simples, verdadeiro e próximo das dores do povo.
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