Mato Grosso do Sul, 9 de maio de 2025
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CCJ do Senado aprova os três indicados de Lula ao STJ

Agora, as indicações deverão passar por votação no plenário do Senado. Caso sejam aprovados, poderão tomar posse no segundo tribunal mais importante do país
Fachada do edifício sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foto: Marcello Casal
Fachada do edifício sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foto: Marcello Casal

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (25), as três indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Os nomes são:

  • Daniela Teixiera, advogada; aprovada com 26 votos favoráveis e um contrário;
  • José Afrânio Vilela, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG); aprovado com 27 votos favoráveis;
  • Teodoro Silva Santos, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE); aprovado com 27 votos favoráveis.

Agora, as indicações deverão passar por votação no plenário do Senado. Caso sejam aprovados, poderão tomar posse no segundo tribunal mais importante do país.

A sabatina na CCJ foi marcada pelo presidente do colegiado, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) , cerca de dois meses depois de Lula formalizar as indicações.

Quem são

Daniela Teixeira, 51 anos, tem atuação na advocacia há 27 anos em tribunais superiores e no STF. Formada pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduada em Direito Econômico pela FGV, mestre em Direito Penal pelo IDP. Foi conselheira federal da OAB por dois mandatos e vice-presidente da seccional da Ordem no DF. Ela é próxima do grupo Prerrogativas, que apoiou seu nome. Ela também integra associações jurídicas como IAB, Abracrim, ABJD, Coalização Nacional de Mulheres.

José Afrânio Vilela, 62 anos, é desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), Corte em que ele foi vice-presidente de 2018 a 2020.  Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia, tem curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão Judiciária, pela Universidade de Brasília (UnB). Afrânio exerceu a advocacia em Minas Gerais, e já atuou como advogado do Banco do Estado de Minas Gerais e da Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais. Ele contou com respaldo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além do empresário Walfrido dos Mares Guia, que foi ministro de Lula em seu primeiro governo.

Teodoro Silva Santos, 65 anos, é desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE). Bacharel em Ciências Jurídicas pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), tem especialização em Direito Processual Penal pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e em Direito Constitucional pela Unifor, além de mestrado em Direito Constitucional pela mesma instituição. Ele teve como um de seus principais defensores o ministro da Educação, Camilo Santana.

Manifestações

Primeira a falar durante a sabatina, Daniela Teixeira ressaltou sua experiência na advocacia dizendo que poderá oferecer à Justiça um olhar diferenciado para as partes no processo.

“Trouxe com a minha inscrição o olhar duro e sofrido daqueles que frequentem o Poder Judiciário, como autor e réu nos processos”, afirmou. “E posso lhes garantir que nenhum deles gastou de ser parte na Justiça. O autor sempre acha a Justiça demorada e o réu sempre acha a Justiça injusta, ainda que ele seja absolvido ao final”.

Teixeira disse que, se for aprovada para ocupar o cargo de ministra do STJ, a imparcialidade será uma “marca” de todas as suas decisões. Ela citou durante sua manifestação que tem família “católica e unida” e que recebeu um “voto de confiança” de todas as 27 seccionais da OAB.

A advogada também falou sobre a importância da participação de mulheres em espaços de poder, principalmente no Judiciário. Disse que sua candidatura não é um projeto individual, mas de representação das mais de 700 mil advogadas do país.

O desembargador Teodoro da Silva Santos destacou sua trajetória profissional como base para o que chamou de sua “formação multidisciplinar”. Ele foi sargento da Polícia Militar por onze anos, delegado de polícia, promotor de Justiça e procurador da República, antes de ingressar no TJ-CE.

“Essas vivências que pretendo trazer comigo para o tribunal da cidadania”, afirmou.

“Um menino negro, filho de uma açougueira, nascido e criado em numerosa família pobre nordestina, dividindo com 18 irmãos o exíguo espaço da humilde casa, lá em Juazeiro do Norte”, declarou. “A vida me levou ao enfrentamento de muitas batalhas e percalços, mas com fé, paciência e determinação, pude superá-los”.

Segundo Teodoro, a sua história “se confunde com a da grande massa” da população brasileira.

Ele também citou que integrar o Judiciário é sinônimo de humanismo e de “busca incansável” por um sistema de Justiça “verdadeiramente justo” e peça fundamental ao combate às “invisibilidades”.

José Afrânio Vilela disse integrar o Judiciário de Minas Gerais há 35 anos, “voltado integralmente ao interesse público e do jurisdicionado, alinhado com os requisitos da Constituição”. Ele já havia integrado listas tríplices em 2013 e 2016 na disputa por uma vaga no STJ.

O desembargador afirmou que procura aplicar a lei “segundo seus fins sociais”.

“Continuarei a missão de distribuir Justiça a quem dela necessite e tenha direito, somando esforços”, declarou.

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