Autor de sete homicídios qualificados em um bar de Sinop, no Mato Grosso, Edgar Ricardo de Oliveira foi condenado a 136 anos de prisão. A decisão dos jurados do Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da cidade mato-grossense foi proferida na noite desta terça-feira, dia 15 de outubro. A defesa do réu afirmou que irá recorrer da decisão.
A condenação, de acordo com os autos processuais, foi de 136 anos, 3 meses, 20 dias de reclusão e 31 dias-multa. A juíza que presidiu o júri, Rosângela Zacarkim dos Santos, citou qualificadoras durante a leitura da sentença. Entre elas, o motivo torpe, meio cruel que resultou em perigo comum (ou seja, além de provocar sofrimento intenso à vítima também coloca outras pessoas em risco) e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
A justiça determinou que o cumprimento da pena seja em regime inicial fechado. A decisão também determinou que o preso pague um valor mínimo para reparação dos danos causados. Conforme a magistrada, a quantia mínima deve ser de R$ 200 mil a serem dividida entre as famílias das vítimas. O preso não terá que pagar o valor das custas processuais porque foi representado pela Defensoria Pública.
Mais cedo, Edgar confessou o crime. Por meio de videoconferência, o réu afirmou que nunca “se importou” com dinheiro disputado na partida de sinuca, que desencadeou o crime. Ele argumentou que as competições eram um passatempo para ele, que se considerava um jogador, assim como era atirador. Segundo a versão do acusado, ele levava R$ 20 mil e até mesmo R$ 30 mil para os jogos e não se importava em perder valores.

O caso
Edgar e Ezequias Souza Ribeiro executaram sete vítimas em um bar. Ezequias morreu um dia depois do crime, durante confronto com a Polícia Militar. Entre as vítimas estavam o empresário sul-mato-grossense Josué Ramos Tenório, de 48 anos, natural de Fátima do Sul, e uma menina de 12 anos. Câmeras de segurança registraram toda a ação dos atiradores. Veja, acima, o vídeo.
Edgar foi denunciado pelo MP/MT (Ministério Público de Mato Grosso) e responde pelos crimes de homicídio qualificado, furto e roubo mediante ameaça grave. O assassino segue preso na Penitenciária Central de Mato Grosso, na capital, Cuiabá. O réu também foi julgado por furto qualificado e roubo majorado, porque após os assassinatos, levou dinheiro e uma bolsa com pertences das vítimas. Além de Josué, a adolescente e Getúlio, as outras vítimas são: Orisberto Pereira Sousa, 38 anos, Adriano Balbinote, 46 anos, Maciel Bruno de Andrade Costa, 35 anos, Elizeu Santos da Silva, 47 anos.