Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025
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China dá trégua silenciosa na guerra comercial e libera produtos dos EUA da supertarifa

Lista secreta de isenções inclui remédios, microchips e motores de avião enquanto Pequim tenta evitar prejuízos internos sem perder pose diante do público

A tensão entre China e Estados Unidos parece ter ganhado um novo capítulo, e desta vez, longe dos holofotes. Mesmo mantendo um discurso firme contra as tarifas impostas pelos norte-americanos, o governo chinês começou a agir nos bastidores para aliviar os impactos econômicos da disputa comercial. Fontes ligadas a empresas que operam no país relataram que Pequim montou uma espécie de “lista branca” de produtos dos Estados Unidos que serão isentos da pesada tarifa de 125%, adotada em resposta à guerra tarifária iniciada ainda no governo de Donald Trump.

Segundo informações obtidas pela agência Reuters, a medida ainda não foi anunciada oficialmente, mas já está em prática. Representantes do governo chinês estariam entrando em contato diretamente com empresas de setores estratégicos para comunicar as isenções. Tudo está sendo feito de maneira discreta, para que a China continue sustentando sua imagem de força e resistência diante da opinião pública, enquanto na prática abre exceções para evitar prejuízos internos.

A lista de produtos liberados da sobretaxa inclui itens que são considerados essenciais para a economia chinesa, como medicamentos, microchips, motores de avião e até importações de etano, produto no qual os Estados Unidos são o principal fornecedor. A decisão de abrir mão da tarifa em alguns casos revela que, apesar do discurso político, a China sabe que ainda depende de muitas das tecnologias produzidas pelos americanos.

Empresas do setor farmacêutico e de alta tecnologia foram algumas das primeiras a serem notificadas. Um executivo de uma multinacional com fábrica na China contou à Reuters que a sua empresa já havia solicitado isenção e que foi procurada por autoridades locais em Pudong, distrito de Xangai conhecido por abrigar centros de pesquisa e desenvolvimento.

“Ainda precisamos de muitas tecnologias dos EUA”, disse o empresário, que pediu para não ser identificado. Segundo ele, a retaliação tarifária foi dura, mas o governo tem demonstrado bom senso ao poupar produtos que são fundamentais para manter as atividades e a competitividade da indústria chinesa.

Além de avisar as empresas diretamente, o governo chinês começou a consultar associações empresariais e representantes de setores afetados para entender melhor os impactos da guerra tarifária. Uma das reuniões mais recentes aconteceu na região leste do país, com a presença de líderes de uma entidade empresarial estrangeira. Outra rodada de escuta foi feita em Xiamen, uma cidade com grande polo industrial e portuário, focando nas indústrias de têxteis e semicondutores.

Mesmo com essa movimentação silenciosa, nem o Ministério do Comércio da China nem a autoridade aduaneira comentaram oficialmente o caso. Tudo segue sob uma névoa estratégica. O objetivo é claro: mostrar rigidez no discurso internacional, mas evitar que a economia nacional sofra ainda mais com a escalada das tarifas.

A disputa comercial entre China e Estados Unidos vem se intensificando desde 2018, com sucessivas rodadas de tarifas e contra-tarifas que impactaram cadeias globais de produção e comércio. Agora, com ambos os países tentando equilibrar os efeitos das medidas, ações como essa mostram que, na prática, o pragmatismo ainda fala mais alto do que a retórica política.

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