A guerra comercial entre Estados Unidos e China virou um cabo de guerra tenso que só aumenta a ansiedade do mercado e preocupa o mundo inteiro. De um lado, Donald Trump com suas tarifas altíssimas, de até 245% sobre produtos chineses. Do outro, o gigante asiático, que rebateu com taxas de 125% sobre produtos americanos. No meio desse fogo cruzado, consumidores e empresas já sentem o impacto e temem que a crise provoque uma recessão global.
O presidente Xi Jinping deixou claro que a China não vai baixar a cabeça. Mesmo aberta ao diálogo, Pequim garante que, se for preciso, vai lutar até o fim. E o arsenal chinês é pesado. Conheça agora as cinco maiores vantagens que a China tem nessa disputa e que deixam Trump e os Estados Unidos com muita dor de cabeça.
Primeiro, a China é a segunda maior economia do planeta. Isso significa que ela tem muito mais resistência para aguentar os trancos do que países menores. Com mais de um bilhão de habitantes, o mercado interno chinês é enorme e pode ajudar a absorver o prejuízo das exportações atingidas pelas tarifas americanas. Pequim já está investindo pesado para fazer os chineses consumirem mais, com incentivos que vão de subsídios para eletrodomésticos a pacotes de turismo para aposentados. A ideia é deixar a economia girando dentro de casa.
Além disso, como um regime autoritário, a China não precisa se preocupar com eleições a cada dois anos. O governo tem mais liberdade para tomar decisões difíceis sem medo de perder popularidade no curto prazo. Claro que existe uma preocupação com o descontentamento popular, principalmente por causa da crise imobiliária e do desemprego. Mas o Partido Comunista Chinês aposta no nacionalismo para unir o povo em torno da causa.
Enquanto isso, a China já investe no futuro. Deixando de ser apenas “a fábrica do mundo”, o país está se tornando referência em tecnologia de ponta. Empresas como a BYD, que ultrapassou a Tesla na venda de veículos elétricos, e gigantes como a Huawei, que roubaram espaço da Apple no mercado de celulares, mostram que a China está se fortalecendo em áreas estratégicas. O governo planeja gastar mais de um trilhão de dólares na próxima década em inovação em inteligência artificial, mostrando que o objetivo é dominar o futuro da tecnologia.
Outra vantagem que a China aprendeu com a primeira guerra comercial de Trump é a importância de reduzir a dependência dos Estados Unidos. Desde 2018, Pequim vem expandindo seus laços comerciais com o Sudeste Asiático, América Latina e África. Hoje, a China é o maior parceiro comercial de 60 países, o dobro dos EUA. Seu superávit comercial bateu a marca histórica de 1 trilhão de dólares no fim de 2024. Isso significa que, embora os EUA ainda sejam importantes, a China já tem alternativas e está muito menos vulnerável do que antes.
No campo financeiro, a China também carrega uma arma poderosa: os títulos do Tesouro dos EUA. Pequim é dona de cerca de 700 bilhões de dólares em títulos americanos, o que dá uma boa margem de manobra para pressionar Trump se a guerra comercial esquentar ainda mais. Claro que usar essa carta é arriscado, pois também pode prejudicar a economia chinesa. Mas a simples ameaça já é suficiente para deixar Washington em alerta.
E não dá para esquecer o trunfo mais estratégico da China: o controle sobre as terras raras. Esses minérios, fundamentais para a produção de tecnologia avançada como chips, veículos elétricos e turbinas eólicas, são dominados pelos chineses. A China responde por mais de 60% da produção global e quase 90% do refino desses materiais. Recentemente, Pequim já começou a limitar a exportação de alguns metais essenciais, o que pode prejudicar gravemente diversas indústrias americanas.
A verdade é que, por mais que Trump tenha acreditado que poderia sufocar a China com tarifas, Pequim vem mostrando que não vai ceder facilmente. Ao contrário, a guerra comercial acelerou o movimento chinês de buscar independência econômica, fortalecer a inovação e garantir seu espaço como potência mundial.
O mundo observa atento cada novo movimento dessa disputa, que promete ainda muitos capítulos intensos nos próximos anos. E se depender da determinação de Xi Jinping e do arsenal que Pequim tem nas mãos, Trump vai ter que pensar duas vezes antes de tentar apertar ainda mais o cerco.
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