Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou à Polícia Federal (PF) que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, comandava o “gabinete do ódio” – um grupo de assessores do Palácio do Planalto responsável por publicações em redes sociais. As informações são da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.
As publicações do “gabinete do ódio” estão sob investigação devido a suspeitas de ataques aos adversários e às instituições democráticas.
Cid também acusou diretamente Jair Bolsonaro pela propagação de notícias falsas, incluindo ataques às urnas eletrônicas, corroborando as suspeitas anteriores da PF. Isso porque, os investigadores descobriram mensagens do então presidente enviadas ao celular do empresário Meyer Nigri, nas quais o chefe do Executivo incentiva Nigri a disseminar notícias falsas.
A delação premiada de Cid foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no início de setembro. Após esse procedimento, o ex-ajudante de ordens da Presidência foi liberado da prisão
A investigação está sob a responsabilidade da equipe do subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos. Em entrevistas recentes, ele mencionou que Cid não apresentou evidências de suas acusações, e a Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou à PF a realização de diligências para obter elementos que possam corroborar os relatos.
Mauro Cid, afirmou em sua delação premiada que a ex-primeira-dama Michelle e um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), faziam parte de um grupo que incitava o então presidente Jair Bolsonaro (PL) a não aceitar o resultado das urnas nas eleições do ano passado e dar um golpe de Estado.
Conforme a publicação, o tenente-coronel contou que esse grupo de conselheiros radicais, que incitava Bolsonaro a dar um golpe, dizia que ele tinha apoio da população e dos atiradores esportivos.
O plano de golpe, no entanto, não prosseguiu porque não houve concordância dos comandantes militares, conforme Cid. Apenas o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria manifestado apoio a uma minuta golpista apresentada.
Cid também relatou que Bolsonaro não queria desmobilizar os apoiadores acampados em unidades militares porque acreditava que poderia ser encontrada supostas fraudes nas urnas. Segundo ele, nenhum indício de fraude foi encontrado.