Mato Grosso do Sul, 10 de julho de 2025
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Com queda nos alimentos, inflação desacelera em junho, mas energia elétrica segue pressionando o orçamento das famílias

Apesar do alívio no custo de itens essenciais da cesta básica, como arroz, ovos e frutas, tarifas de energia elétrica mantêm pressão sobre o índice geral de preços ao consumidor
Grupo alimentação e bebidas registrou o primeiro recuo em 9 meses
Grupo alimentação e bebidas registrou o primeiro recuo em 9 meses

A inflação oficial do país desacelerou levemente em junho, registrando alta de 0,24% segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Embora represente uma tímida desaceleração frente ao mês de maio, que havia fechado com 0,26%, o resultado traz importantes implicações para a economia doméstica, em especial no comportamento dos preços dos alimentos e dos serviços públicos essenciais.

O recuo observado foi impulsionado principalmente pelo grupo alimentação e bebidas, que apresentou queda de 0,18%, a primeira deflação registrada nesse segmento nos últimos nove meses. O principal fator para esse desempenho foi a queda nos preços da alimentação no domicílio, com destaque para a baixa nos valores do ovo de galinha (-6,58%), do arroz (-3,23%) e das frutas (-2,22%). Esses produtos, considerados essenciais na mesa do brasileiro, contribuíram diretamente para um alívio nas prateleiras dos supermercados e nos orçamentos familiares.

Contudo, o impacto dessa redução foi parcialmente anulado pelo expressivo aumento no custo da energia elétrica residencial, que subiu 2,96% em junho, impulsionada pela vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1. Esse subitem tornou-se o principal responsável pela elevação do índice geral, com um peso individual de 0,12 ponto percentual na composição do IPCA.

Ao se observar o acumulado no primeiro semestre de 2025, a energia elétrica registra alta de 6,93%, o maior avanço para um primeiro semestre desde 2018. O gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, destaca que o comportamento do item energia elétrica tem oscilado desde o início do ano, passando por reduções e altas sucessivas em função das alterações nas bandeiras tarifárias e dos reajustes aplicados por concessionárias regionais.

Além do encarecimento da luz, o grupo habitação também foi pressionado pela alta da taxa de água e esgoto (0,59%). Já o grupo transportes registrou elevação de 0,27%, revertendo o recuo de 0,37% de maio, em função da elevação nos preços do transporte por aplicativo (13,77%) e do conserto de automóveis (1,03%), mesmo diante da nova queda dos combustíveis (-0,42%).

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O grupo vestuário teve avanço de 0,75%, sendo influenciado principalmente pelos aumentos na roupa masculina (1,03%), calçados e acessórios (0,92%) e roupa feminina (0,44%). Por outro lado, setores como saúde e cuidados pessoais (0,07%), despesas pessoais (0,23%) e artigos de residência (0,08%) apresentaram comportamento mais moderado. O grupo educação não registrou variação no período.

Nos serviços, o IPCA acelerou de 0,18% em maio para 0,40% em junho, puxado pela alta da alimentação fora do domicílio (0,46%) e do transporte por aplicativo. Já os preços monitorados, aqueles controlados por agências reguladoras ou fixados por contratos públicos, recuaram de 0,70% em maio para 0,60% em junho, devido à menor contribuição da energia elétrica e da taxa de água, além da queda nos preços da gasolina (-0,34%).

Entre as regiões pesquisadas, Rio Branco apresentou a maior variação (0,64%) por conta do aumento no preço de ingressos de cinema, teatro e concertos (77,22%), além da alta na energia elétrica (3,99%). Já Campo Grande teve a menor variação (-0,08%), influenciada pela queda nas frutas (-5,15%) e na gasolina (-1,38%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos, também registrou alta de 0,23% em junho. No acumulado do ano, o INPC soma 3,08% e, em doze meses, 5,18%. Os produtos alimentícios, dentro do INPC, caíram 0,19% no mês, enquanto os não alimentícios subiram 0,37%.

A análise dos índices de difusão que mede o percentual de subitens que apresentaram alta no mês — confirma a tendência de moderação. O índice total caiu de 60% em maio para 54% em junho. No grupo de alimentação, o índice caiu de 60% para 46%, indicando que menos produtos registraram aumento de preços.

Apesar do alívio parcial nos alimentos, o cenário ainda é de atenção. A trajetória dos preços da energia elétrica, combustível e serviços aponta para possíveis pressões inflacionárias nos próximos meses, sobretudo diante da sazonalidade e dos impactos de tarifas públicas. O próximo IPCA, referente ao mês de julho, será divulgado em 12 de agosto, trazendo novos elementos para análise da política monetária e da inflação futura.

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