O Ministério da Justiça e Segurança Pública (Mjsp) anunciou nesta segunda-feira (24) um novo pacote de medidas para reforçar o combate ao tráfico de pessoas no Brasil. A iniciativa inclui três publicações voltadas à orientação de profissionais e vítimas, ampliando o alcance da assistência e da identificação de casos. O lançamento aconteceu no Palácio da Justiça, em Brasília, e contou com a presença do ministro Ricardo Lewandowski, além de representantes de organismos internacionais.
O objetivo das novas diretrizes é aprimorar a cooperação nacional e internacional na luta contra o tráfico humano, um crime que ainda persiste de forma preocupante no Brasil e em países vizinhos. As publicações fazem parte do IV Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, aprovado pelo Decreto nº 12.121/2024, e são fruto de uma parceria entre o governo brasileiro, a Agência da ONU para as Migrações (Oim), o Programa Eurofont da União Europeia e o Governo do Reino Unido.
Novas ferramentas para fortalecer o combate
Os materiais apresentados pelo Mjsp são estratégicos para melhorar o trabalho de identificação, acolhimento e atendimento às vítimas do tráfico de pessoas. Entre as publicações estão:
- Guia Operativo de Assistência às Vítimas do Tráfico de Pessoas em Território Nacional: material voltado para profissionais que lidam diretamente com vítimas, auxiliando na abordagem correta e nos procedimentos de acolhimento.
- Mapeamento de Serviços para Sobreviventes de Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo que Retornam ao Brasil: levantamento detalhado dos serviços disponíveis para aqueles que conseguiram escapar desse crime e precisam de apoio para reconstruir suas vidas.
- Guia de Identificação Rápida de Tráfico de Pessoas em Fronteiras do Mercosul e Estados Associados: ferramenta essencial para agentes que atuam em fronteiras, facilitando a detecção de possíveis vítimas e a tomada de providências imediatas.
Durante a cerimônia, o secretário Nacional de Justiça, Jean Keiji Uema, destacou que essas publicações são um passo essencial para melhorar a resposta do país ao tráfico humano. Segundo ele, é fundamental que os profissionais que atuam na linha de frente tenham acesso a informações claras e atualizadas para lidar com esse tipo de crime de maneira mais eficaz.

A ONU estima que o crime de tráfico de pessoas faça 2,5 milhões de vítimas por ano em todo o mundoUN/MINUSTAH
Cooperação internacional e desafios
O evento também reuniu especialistas e autoridades internacionais para debater os avanços e desafios no combate ao tráfico de pessoas. Entre os convidados estava Paolo Caputo, chefe de missão da Oim, que ressaltou a importância da cooperação entre países para conter essa prática criminosa.
A programação incluiu dois painéis temáticos. O primeiro abordou as novas ferramentas para o enfrentamento ao tráfico de pessoas e suas aplicações práticas. Já o segundo tratou dos desafios ainda existentes na proteção e atendimento às vítimas, destacando a necessidade de políticas públicas mais robustas e de um maior engajamento da sociedade.
O tráfico de pessoas é um problema global que envolve exploração sexual, trabalho escravo, tráfico de órgãos e outras formas de violação dos direitos humanos. O Brasil tem avançado no combate a esse crime, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que todas as vítimas sejam identificadas e tenham acesso ao suporte necessário.
Transmissão online e mobilização social
Para ampliar o alcance da iniciativa, a cerimônia de lançamento das novas diretrizes foi transmitida ao vivo pelo canal oficial do Mjsp no YouTube. A intenção do governo é mobilizar a sociedade para que o combate ao tráfico de pessoas não fique restrito apenas às instituições públicas e organizações internacionais, mas que também conte com o engajamento da população.
O governo federal reforça que qualquer cidadão pode denunciar casos suspeitos pelo Disque 100 ou pelo Ligue 180. Além disso, postos da Polícia Federal em aeroportos e fronteiras estão preparados para receber denúncias e prestar assistência em casos de suspeita de tráfico humano.
As novas medidas representam um avanço significativo na luta contra um dos crimes mais cruéis do mundo. A expectativa é que, com mais informação e um trabalho coordenado entre diferentes setores da sociedade, seja possível reduzir a incidência desse crime e oferecer melhores condições para as vítimas se reerguerem.
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