O mercado de cana-de-açúcar começou a safra 2025/26 com o pé direito. Etanol e açúcar estão com preços firmes neste início de temporada, impulsionados por uma combinação de fatores que favorecem a valorização dos produtos. Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, os valores seguem estáveis e com tendência positiva nas principais regiões produtoras do país. O cenário de moagem inicial e estoques ainda reduzidos vem dando sustentação aos preços tanto do etanol hidratado quanto do açúcar cristal branco.
Entre os dias 7 e 11 de abril, o litro do etanol hidratado fechou em R$ 2,7460, já livre de impostos como ICMS e PIS/Cofins. Esse valor representa uma leve alta de 0,23% em relação à semana anterior. Já o etanol anidro, usado principalmente na mistura com a gasolina, apresentou uma leve queda de 2,48%, ficando cotado a R$ 3,0809 por litro. Mesmo com essa oscilação, o mercado segue com movimentações animadas, puxadas, em parte, pela proximidade dos feriados prolongados, o que costuma aumentar o consumo de combustíveis.
Apesar do avanço de algumas negociações na última semana, o volume geral ainda ficou aquém do que os agentes do setor esperavam. A expectativa é de que, com a entrada plena das usinas em operação ao longo das próximas semanas, o fluxo de produção aumente e a oferta se estabilize, puxando uma nova fase de definição nos preços.
Açúcar cristal valorizado e demanda aquecida no começo da safra
No caso do açúcar, o cenário também é positivo. O preço do açúcar cristal branco, na média da semana passada, foi de R$ 141,36 por saca de 50 quilos, uma alta de 0,79% em relação ao período anterior. A demanda por açúcar esteve aquecida, especialmente para entrega imediata, enquanto a oferta ainda se manteve baixa, uma vez que as usinas estão liberando lotes pequenos da nova safra.
Algumas usinas já iniciaram a produção com mais força, mas a moagem está apenas no começo e ainda não há uma grande disponibilidade do produto no mercado. Esse desequilíbrio entre oferta e demanda tem resultado em vendas pontuais de grandes volumes, o que movimenta o setor e atrai a atenção de compradores, inclusive do mercado externo, que mantém o olhar atento para o açúcar brasileiro.
Safra 2025/26 começa com otimismo, mas clima será decisivo
A safra 2025/26 de cana-de-açúcar ainda está engatinhando, mas o otimismo é grande. Os preços firmes do etanol e do açúcar estão motivando o setor, que aposta numa temporada de recuperação após os desafios enfrentados em anos anteriores, como estiagens prolongadas, custos elevados e instabilidade nos mercados internacionais.
O desempenho da safra vai depender, principalmente, das condições climáticas nos próximos meses. Se o tempo ajudar e a colheita seguir dentro do ritmo esperado, a expectativa é de uma produção robusta e com bom aproveitamento tanto para o mercado interno quanto para exportações. A cana segue sendo uma das culturas mais importantes da agricultura brasileira, com papel central na matriz energética, na produção de biocombustíveis e na balança comercial do país.
Além disso, o setor sucroalcooleiro é um dos maiores empregadores do agronegócio brasileiro, movimentando centenas de municípios e milhares de famílias nas regiões produtoras, especialmente no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
Etanol como biocombustível: alternativa que ganha força
O etanol continua sendo uma das principais apostas do Brasil para enfrentar os desafios ambientais e reduzir a emissão de gases poluentes. Produzido a partir da cana, o biocombustível é uma alternativa mais limpa e sustentável que os derivados do petróleo. Nos últimos anos, houve um crescimento na procura por etanol, especialmente o hidratado, que pode ser usado diretamente nos carros flex.
O aumento na demanda vem sendo puxado também por políticas públicas que incentivam a transição energética e a redução da pegada de carbono. Com a safra 2025/26 ganhando corpo, espera-se que o abastecimento ao longo do ano ajude a manter a estabilidade nos preços nas bombas e a ampliar a competitividade do etanol frente à gasolina.
Perspectivas para os próximos meses
Com os primeiros passos da nova safra sendo dados, o mercado aguarda por uma consolidação da oferta. A entrada total das usinas na moagem deverá trazer maior estabilidade nos preços, mas também poderá gerar pressões dependendo do ritmo de produção e da demanda, tanto no Brasil quanto no exterior.
O setor da cana segue atento aos custos de produção, especialmente os ligados à mão de obra, combustíveis e insumos agrícolas, que têm impacto direto na rentabilidade das usinas e produtores rurais. Ainda assim, com preços firmes no começo da safra, o sentimento predominante no setor é de confiança.
Etanol e açúcar seguem como protagonistas da nova safra, mantendo a importância estratégica da cana-de-açúcar na economia brasileira. A história desse ciclo de produção ainda está sendo escrita, mas os primeiros capítulos são promissores.
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