Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025
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Comércio varejista brasileiro tem melhor resultado em 12 anos com aumento de 4,7% nas vendas

Expansão de 2024 quebra recordes históricos, impulsionada por eletrodomésticos, material de construção e produtos farmacêuticos. Setores como combustíveis e livros enfrentam dificuldades.
Eletrodomésticos, produtos de farmácia e material de construção são alguns destaques
Eletrodomésticos, produtos de farmácia e material de construção são alguns destaques

O comércio varejista brasileiro registrou um crescimento expressivo de 4,7% nas vendas em 2024, marcando o maior resultado desde 2012, quando as vendas haviam subido 8,4%. Com um ano marcado por desafios econômicos e instabilidade, essa expansão trouxe uma onda de otimismo ao setor, que também é reflexo do comportamento do consumidor e da adaptação das empresas às novas demandas. Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados pelo IBGE, revelam que o setor conseguiu ultrapassar os níveis históricos, atingindo recordes sucessivos, principalmente nos primeiros meses de 2024.

Esse crescimento no comércio varejista é ainda mais notável considerando as dificuldades enfrentadas por alguns setores, como a instabilidade econômica global e os altos custos de produção e transporte. No entanto, setores como eletrodomésticos, material de construção e produtos farmacêuticos se destacaram positivamente, impulsionando o total de vendas no varejo.

Setores de Destaque: O Sucesso do Varejo Brasileiro

O crescimento de 4,7% no comércio varejista foi impulsionado principalmente por oito dos onze setores pesquisados, com destaque para:

  • Artigos farmacêuticos e de perfumaria: Com um crescimento de 14,2%, o setor farmacêutico se consolidou como um dos pilares de crescimento no Brasil. Esse desempenho reflete a forte demanda por medicamentos e produtos de saúde e bem-estar, além do crescente interesse por cosméticos e itens de cuidados pessoais. A expansão desse setor já vem de alguns anos e, em 2024, conseguiu manter sua trajetória de alta, mesmo diante de dificuldades econômicas mais amplas.
  • Veículos e motos, partes e peças: Crescimento de 11,7%, o que reflete a recuperação do setor automotivo e o aumento da demanda por veículos novos e usados. A procura por peças e acessórios também se manteve alta, principalmente com o aumento de motoristas autônomos e o mercado de transporte rodoviário no Brasil.
  • Material de construção: A alta de 4,7% foi impulsionada pela contínua demanda por reformas e novos projetos de construção, um reflexo de uma maior confiança no setor imobiliário e na recuperação da economia após a pandemia. O aumento da renda e os programas de financiamento habitacional também ajudaram a impulsionar esse segmento.
  • Móveis e eletrodomésticos: O crescimento de 4,2% nesse setor foi impulsionado pela demanda por produtos de maior necessidade para o lar, como eletrodomésticos e móveis essenciais. O aumento da taxa de juros, que levou muitas famílias a repensarem os gastos, não afetou tanto esse mercado, já que itens como geladeiras, fogões e televisores continuam sendo muito procurados.

Além disso, o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos e material esportivo, também teve um desempenho surpreendente. Após dois anos de dificuldades, esse segmento conseguiu registrar uma alta expressiva de 7,1%, fruto da recuperação da confiança dos consumidores e da reabertura de lojas físicas.

Setores em Queda: Os Desafios do Comércio

Por outro lado, a crise enfrentada por certos setores reflete as mudanças no comportamento do consumidor e nas condições de mercado. As vendas de combustíveis e lubrificantes caíram 1,5%, um reflexo da desaceleração do mercado de transportes, especialmente no transporte rodoviário de cargas, que foi um dos maiores impulsionadores da demanda por combustível nos anos anteriores. O preço do petróleo e as oscilações cambiais também afetaram diretamente esse segmento.

O mercado de livros, jornais e papelaria enfrentou uma queda acentuada de 7,7%, um reflexo claro da digitalização e da mudança nos hábitos de consumo. A migração para o digital e o consumo de conteúdos online tem impactado diretamente o setor editorial, que vem lutando contra a diminuição da demanda por livros físicos e publicações impressas.

O Papel da Tecnologia e do E-commerce

Outro fator importante para o crescimento do comércio varejista foi o avanço das tecnologias de venda online e os investimentos em e-commerce. O Brasil tem experimentado um crescimento acelerado nas vendas digitais, com milhões de brasileiros comprando online, não apenas em grandes datas como a Black Friday, mas também em compras do dia a dia. Plataformas de venda como Mercado Livre, Magazine Luiza e Amazon se consolidaram no mercado, expandindo suas operações e permitindo que lojas de pequeno e médio porte atingissem um público maior, sem as limitações físicas de um ponto de venda.

Empresas do varejo que se adaptaram à era digital conseguiram se destacar, mesmo em um contexto de desafios econômicos. O e-commerce não só ajudou a diversificar as fontes de receita, como também acelerou a inovação no setor, com a introdução de novos modelos de negócios e melhores experiências de compra para os consumidores.

Perspectivas para 2025: Desafios e Oportunidades

Apesar do ótimo desempenho do comércio varejista em 2024, as perspectivas para 2025 apontam para um cenário mais desafiador. A expectativa de uma leve desaceleração do crescimento econômico e os desafios macroeconômicos podem influenciar o comportamento do consumidor. A alta inflação, as taxas de juros mais altas e o aumento no custo de vida são fatores que podem impactar diretamente as vendas em alguns setores.

Por outro lado, a continuidade do crescimento no setor de produtos farmacêuticos e no mercado de eletrodomésticos deve ajudar a manter o mercado estável. Além disso, o aumento do home office e a demanda por reformas deve continuar aquecendo o mercado de material de construção e móveis.

Variação Regional: Comércio pelo Brasil

Em termos regionais, o crescimento do comércio varejista não foi uniforme. Enquanto estados como Distrito Federal, Rio de Janeiro e Pernambuco se destacaram positivamente, outros como Amapá, Espírito Santo e Roraima enfrentaram dificuldades. A variação regional mostra como o comércio depende diretamente de fatores locais, como o nível de emprego, os índices de renda e o comportamento dos consumidores em cada região.

A adaptação do comércio a essas diferenças é crucial para que o setor continue crescendo, mesmo com o cenário econômico instável. Algumas regiões podem ter um desempenho melhor se as empresas localizadas ali conseguirem atender melhor as necessidades dos consumidores e se adaptar às particularidades do mercado local.

Conclusão: Varejo Brasileiro em Expansão

O comércio varejista brasileiro demonstrou grande capacidade de adaptação em 2024, com um crescimento significativo e a manutenção de altos índices de vendas em diversos setores. No entanto, a constância desse desempenho depende da capacidade do mercado de inovar, adaptar-se às novas tecnologias e lidar com os desafios econômicos globais. Para 2025, a expectativa é que o varejo continue sua trajetória positiva, embora o cenário de estabilidade possa resultar em um ritmo de crescimento mais moderado.


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