A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, anunciou nesta semana que o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) está sendo estruturado para se tornar uma política permanente de Estado, com edições realizadas a cada dois anos. Inspirado no modelo consolidado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o CPNU é considerado uma das maiores iniciativas de modernização e democratização do acesso ao serviço público brasileiro nas últimas décadas.
Durante entrevista concedida ao programa Bom Dia, Ministra, transmitido pelo Canal Gov, Esther Dweck detalhou a proposta do governo federal de institucionalizar o novo formato de concurso como mecanismo regular de recrutamento de servidores públicos federais. Segundo ela, a previsão é que a segunda edição do certame ocorra em 2025, visto que o ano seguinte será eleitoral, o que impõe restrições à realização de concursos.
“O nosso objetivo é que esse modelo se consolide como política pública permanente, sendo realizado de forma contínua e previsível, a cada dois anos. Isso permite aperfeiçoamento progressivo do processo e evita os chamados ‘apagões’ de mão de obra no serviço público. A ideia é alcançar um padrão de estabilidade e eficiência semelhante ao que hoje temos com o Enem”, afirmou a ministra.
Demanda crescente por servidores e inclusão social como eixo central
A necessidade de reposição de quadros no funcionalismo federal é urgente. De acordo com dados apresentados por Esther Dweck, entre os anos de 2010 e 2023 mais de 240 mil servidores do Executivo Federal deixaram seus cargos por aposentadoria. Nos próximos dez anos, estima-se que outras 180 mil aposentadorias deverão ocorrer. Isso, somado ao envelhecimento da força de trabalho e ao baixo índice de concursos nos últimos anos, tem gerado déficit de pessoal em diversas áreas essenciais da administração pública.
A ministra ressaltou ainda que a implementação do CPNU busca não apenas a reposição técnica de servidores, mas também promover maior equidade, diversidade e representatividade entre os quadros do governo federal. “Queremos um serviço público com a cara do Brasil. O concurso é pensado como uma política de inclusão. Queremos pessoas dispostas a servir com ética, engajamento e comprometimento com a população brasileira”, destacou.
Com mais de 3,6 mil vagas abertas para diferentes órgãos e entidades federais, a edição 2025 do CPNU já conta com mais de 100 mil inscrições registradas em menos de 24 horas após o lançamento. O processo seletivo abrange todas as unidades federativas e terá provas aplicadas em 228 cidades no dia 5 de outubro.
Modelo mais racional e descentralizado de seleção
A proposta do concurso unificado prevê a distribuição das vagas em blocos temáticos, agrupando áreas de atuação semelhantes e otimizando a alocação de candidatos conforme seus perfis e especialidades. Para a ministra, essa estratégia torna o processo mais racional, inclusivo e eficiente.
“Não se trata apenas de preencher cargos. É uma oportunidade de descentralizar, democratizar e tornar o acesso ao serviço público mais transparente e menos custoso para o cidadão. Em vez de dezenas de concursos fragmentados, concentramos as vagas em um grande certame, com alcance nacional, logística estruturada e ampla publicidade”, explicou Esther Dweck.
Ela reforçou também que o CPNU não substitui concursos específicos em áreas com critérios técnicos próprios, como segurança pública, mas serve como um modelo complementar que amplia a capacidade do Estado de atrair talentos de forma coordenada.
Responsabilidade fiscal e modernização administrativa
A ministra fez questão de frisar que a retomada dos concursos públicos federais está sendo conduzida com responsabilidade fiscal. “Mesmo com a recomposição parcial de servidores e a retomada das negociações salariais com o funcionalismo, os gastos com pessoal no Executivo Federal permanecem estáveis em relação ao PIB. Estamos respeitando o teto orçamentário e assegurando o equilíbrio das contas públicas”, declarou.
Segundo ela, a digitalização de serviços e processos também contribui para a modernização da máquina administrativa, reduzindo a necessidade de grandes volumes de contratações, mas sem abrir mão da qualidade e da presença estatal em áreas sensíveis.
“O avanço tecnológico permite mais eficiência, mas não elimina a necessidade de recursos humanos qualificados. Nosso desafio é equilibrar inovação com compromisso social. Estamos contratando menos do que perdemos, mas isso é parte de um processo de adaptação que prioriza inteligência na gestão de pessoas”, disse.
Compromisso com o futuro do serviço público
Esther Dweck concluiu a entrevista afirmando que o CPNU é um instrumento fundamental para garantir a continuidade e a qualificação do serviço prestado ao cidadão. “O serviço público precisa ser forte, moderno e inclusivo. O CPNU é um passo decisivo para isso. Queremos servidores que não apenas cumpram funções, mas que se comprometam com um projeto de país mais justo, sustentável e desenvolvido”, finalizou.
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