Mato Grosso do Sul, 16 de maio de 2025
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Consórcio Guaicurus faz maquiagem em frota velha enquanto desmancha ônibus novos, e CPI da Câmara Municipal, investiga

Denúncia revela que veículos de 2019 estão sendo desmanchados para reposição de peças, enquanto o Consórcio Guaicurus é alvo de investigação por possíveis irregularidades em Campo Grande
Foto: Arquivo
Foto: Arquivo

Em meio à constante crise no transporte público de Campo Grande, o Consórcio Guaicurus continua sendo alvo de denúncias que colocam em dúvida a qualidade do serviço prestado à população. Além de manter ônibus velhos em circulação, agora surgem informações de que veículos relativamente novos, de 2019, estão sendo desmanchados para retirada de peças. A denúncia, que chegou ao Midiamax, revela a precariedade e a falta de compromisso com o transporte público da capital, ao mesmo tempo em que a concessionária está sendo investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal.

O veículo encontrado na oficina da Viação Cidade Morena, localizado na avenida Gury Marques, no bairro Vila Cidade Morena, é de 2019, mas já está sendo usado para retirar peças essenciais, como portas, faróis, janelas e até o elevador para deficientes. Ao invés de estar em circulação para garantir o transporte da população, o ônibus foi transformado em um “almoxarifado” de peças. A frota do Consórcio Guaicurus já é conhecida por ser envelhecida, com uma média de idade de 8 anos, muito acima do limite estipulado pelo contrato de concessão, que permite uma média de 5 anos para os veículos.

O sucateamento da frota de ônibus é um problema recorrente no transporte público da cidade e tem gerado revolta entre os usuários, que enfrentam veículos sem manutenção, com peças faltando e elevadores para deficientes quebrados. O Consórcio Guaicurus, que deveria renovar a frota, tem sido criticado pela população por sua má gestão e pela falta de cumprimento dos compromissos de renovação de veículos.

Além das queixas diárias sobre a péssima qualidade do serviço, o Consórcio Guaicurus está sendo investigado por uma CPI na Câmara Municipal de Vereadores. A comissão foi criada para apurar possíveis irregularidades na gestão do Consórcio e na qualidade do transporte público. A CPI ganhou ainda mais destaque por envolver um procurador que, além de ser sobrinho de Sinval Martins, fundador do Consórcio Guaicurus, também é sócio na banca de advocacia que defende os interesses da concessionária. Esse conflito de interesses tem gerado uma série de polêmicas e levantado questões sobre a transparência e a imparcialidade da investigação.

Com essa investigação em andamento, o relator da CPI, que é também o procurador citado, tem a responsabilidade de analisar a apuração das denúncias e apresentar um relatório final. A situação é ainda mais complicada porque, ao que tudo indica, a comissão pode não ser completamente independente devido à proximidade do mesmos com o Consórcio Guaicurus. No entanto, apesar da celeuma criada e dos mandos e desmandos da concessionária na capital, a população tem depositado confiança no trabalho e na seriedade dos vereadores que compõem a comissão investigativa. Muitos cidadãos acreditam que esta é uma oportunidade de, finalmente, trazer uma mudança significativa na prestação dos serviços de transporte público da cidade, e torcem para que o processo investigativo realmente traga à tona os problemas reais da gestão e leve a uma renovação completa no serviço, proporcionando um transporte público digno e de qualidade para todos.

Em 2023, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) já havia cobrado uma atitude do Consórcio Guaicurus, após a entrega de 71 novos ônibus para a cidade. No entanto, a frota ainda está longe de ser considerada adequada. A concessionária deve substituir 197 ônibus em 2025, mas muitos dos veículos que estão em circulação hoje são ainda mais antigos do que os que deveriam ter sido renovados no ano passado.

O Consórcio Guaicurus também tem sido criticado por sua falta de transparência e por não investir em uma frota de qualidade, apesar dos altos lucros obtidos. De acordo com auditorias realizadas pela Prefeitura de Campo Grande, entre 2012 e 2019, o Consórcio obteve uma receita de R$ 1,2 bilhão, mas os investimentos em renovação e manutenção da frota são insuficientes para garantir um transporte de qualidade.

A população de Campo Grande continua a enfrentar os problemas do transporte público sem receber respostas adequadas das autoridades. A denúncia do desmanche de ônibus novos e a investigação em andamento pela CPI são apenas a ponta do iceberg de uma série de falhas no sistema de transporte da capital, que afeta diretamente quem depende dele para se deslocar pela cidade.

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