Em meio à intensa turbulência fora de campo, o Corinthians foi surpreendido na noite da última quinta-feira com a decisão de Carlos Miguel em aceitar uma proposta do futebol inglês para deixar o clube na próxima janela internacional.
A diretoria alvinegra ainda fará uma força-tarefa nesta sexta-feira (07) para tentar reverter o quadro. O clima nos bastidores, no entanto, é de pessimismo pela permanência do goleiro.
Fontes ouvidas pela reportagem indicaram que o Corinthians se reuniu duas vezes com os representantes de Carlos Miguel para tentar um acordo pela renovação contratual, mas sem sucesso. A expectativa do staff do atleta era de uma maior valorização após o atleta assumir o posto de titular com a saída de Cássio para o Cruzeiro.
Nos bastidores, o sentimento era de confiança entre os diretores do clube para que o goleiro assinasse um novo vínculo após finalmente assumir o posto na equipe, ainda que com um contrato defasado. O entendimento era que Carlos “realizava um sonho” ao assumir a titularidade, e que a ampliação contratual não seria um problema.
O presidente Augusto Melo foi avisado ainda durante sua viagem à Europa sobre as propostas levadas pelo staff do goleiro.
O alerta disparou diante da indicação de que os clubes interessados não hesitariam em arcar com a multa prevista no atual acordo, algo em torno de 4 milhões de euros (cerca de R$ 23 milhões). O Corinthians detém 80% dos direitos econômicos.
As negociações em torno do futuro de Carlos Miguel são conduzidas pelo empresário Gilmar Veloz, e a tendência no momento é de que o goleiro encaminhe nas próximas horas sua saída para um clube da Premier League.
Carlos Miguel chegou ao Corinthians em outubro de 2021 e o atual vínculo tem vencimento datado para dezembro de 2025.
Pelo Timão, ele entrou em campo em 23 partidas e passou a se destacar na atual temporada ao assumir a titularidade que era de Cássio antes do ídolo corintiano se transferir para o Cruzeiro.
Ex-presidente justifica multa reduzida
A multa rescisória de Carlos Miguel para o futebol do exterior caiu de 50 milhões de euros para 4 milhões de euros a partir de janeiro de 2024, valor considerado baixo para clubes com alto poder de investimento e forte moeda local, como é o caso dos ingleses.
Essa condição contratual foi firmada durante a gestão de Duilio Monteiro Alves que, por meio de contato da sua assessoria de imprensa, apresentou explicações à Gazeta Esportiva.
“Sobre o contrato que foi feito na chegada do atleta, combinamos assim: no último ano de contrato, ou seja, a partir de janeiro de 2024, a multa cairia para 4 milhões de euros.
Ele chegou de graça e o empresário (Gilmar Veloz) exigiu o contrato dessa forma.
Sobre o argumento do atleta e do empresário para colocar essa cláusula: a posição era de que se o atleta não fosse bem nesse período, a ponto de não ter seu contrato valorizado e renovado, eles não queriam ficar presos em uma situação de goleiro reserva com multa impagável.
O importante é que nunca houve cenário em que Cássio estaria fora do clube, àquela altura, muito menos da forma como ocorreu, a 6 meses do término de seu contrato, e caso essa possibilidade se apresentasse, o clube teria tempo suficiente para renovar com o atleta.
O valor de 4 milhões de euros daria ao clube uma compensação financeira por um goleiro reserva e por ter acreditado no atleta”.