Mato Grosso do Sul, 17 de março de 2025
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Coronel Flávio Peregrino na mira da Polícia Federal: Possibilidade de delação complica situação de Braga Netto

Assessor de Braga Netto é comparado a Mauro Cid, e sua possível colaboração pode trazer mais problemas para o ex-ministro da Defesa de Bolsonaro
Braga Netto: coronel investigado pela PF pode agravar ainda mais a situação do general. Foto: Reprodução
Braga Netto: coronel investigado pela PF pode agravar ainda mais a situação do general. Foto: Reprodução

A possibilidade de a Polícia Federal indiciar o coronel Flávio Peregrino, assessor de Walter Braga Netto, por sua participação na trama golpista que envolveu membros do governo de Jair Bolsonaro, gerou um grande alvoroço entre os bolsonaristas. A comparação entre Peregrino e o ex-ajudante de ordens do presidente, Mauro Cid, tem sido comum nos bastidores. Contudo, a análise do comportamento dos dois tem levantado uma nova preocupação: a atuação do coronel pode representar um risco ainda maior para Braga Netto do que a colaboração de Mauro Cid.

Para aliados próximos de Bolsonaro, a grande diferença entre Peregrino e Cid é o comportamento discreto e obediente do coronel. De acordo com fontes próximas ao governo, enquanto Mauro Cid tomou atitudes por conta própria, como a fraude no cartão de vacinação, Peregrino sempre agiu conforme as ordens de seu chefe, o general Braga Netto. Esse comportamento mais comedido, no entanto, não diminui a gravidade de sua situação, pois sua proximidade com Braga Netto coloca-o como uma peça-chave em todo o esquema.

O conteúdo apreendido com Peregrino durante a operação que prendeu Braga Netto em dezembro do ano passado pode ser um fator determinante para confirmar as acusações que o general vem negando. Segundo o colunista Lauro Jardim, documentos encontrados, como um material em sua mesa na sede do PL, detalham a “Operação 142”, que previa medidas extremas como a declaração de “Estado de Sítio” e a “Operação de Garantia da Lei e da Ordem”, sendo isso parte de um plano elaborado para dar respaldo a um golpe de estado que envolvia militares e figuras políticas do governo.

O caso de Peregrino se complica ainda mais porque, ao contrário de Mauro Cid, que tomou ações independentes, o coronel sempre foi o elo entre o general e outros militares envolvidos nas ações controversas. Para os aliados de Braga Netto, o comportamento de Peregrino reforça ainda mais a gravidade do golpe. Ele não era apenas um executor das ordens de seu chefe, mas também o “hub”, o ponto de contato entre o general e outros militares que estavam tramando ações ilegais contra a democracia e a ordem constitucional do Brasil.

Fontes da Polícia Federal indicam que os dados encontrados em celulares, notebooks e outros dispositivos de Peregrino podem preencher as lacunas deixadas pela falta de evidências no material recolhido com Braga Netto. A situação de Peregrino se complica ainda mais, pois, além de cumprir as ordens de seu superior, ele também foi o ponto de contato com outros militares envolvidos no esquema. Para chegar a Braga Netto, era necessário passar por ele, o que o coloca em uma posição ainda mais delicada.

Entre os documentos encontrados pela PF em poder de Peregrino, destacam-se detalhes sobre a chamada “Operação 142”, que envolvia a declaração de “Estado de Sítio”, uma medida extrema que, se implementada, concederia poderes especiais ao governo, possivelmente culminando em uma intervenção militar nas instituições políticas do país. Além disso, o plano incluía ações para “neutralizar” figuras políticas como o ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, e os presidentes da República e do Senado, Luiz Inácio Lula da Silva e Rodrigo Pacheco, além de outros membros do governo, como o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Peregrino também foi descrito por ex-assessores como um homem muito ligado ao universo militar, um operador de bastidores que era responsável por facilitar a comunicação entre Braga Netto e os outros envolvidos no plano golpista. Essa relação próxima a figuras de alto escalão das forças armadas e sua posição dentro do governo de Bolsonaro lhe conferiam uma influência que agora, em retrospecto, parece ainda mais comprometida.

Até agora, o coronel não foi formalmente indiciado, mas fontes da PF indicam que isso pode acontecer a qualquer momento. Muitos acreditam que sua colaboração, caso decida fazer uma delação premiada, pode ser o ponto de virada na investigação. Caso isso aconteça, a situação de Braga Netto se tornaria ainda mais delicada. Além de confirmar as acusações de tentativa de golpe, a delação de Peregrino poderia implicar ainda mais militares e autoridades políticas no esquema, o que poderia desencadear uma verdadeira crise dentro das Forças Armadas e entre os aliados do ex-presidente Bolsonaro.

Aliados de Braga Netto, no entanto, ainda estão divididos sobre a possibilidade de Peregrino colaborar com a PF, embora a análise das provas já apreendidas sugira que o coronel tenha informações valiosas. Muitos acreditam que, embora ainda não indiciado, Peregrino já tenha se tornado uma peça central nas investigações, sendo ele o elo entre os militares e o ex-ministro da Defesa. Isso aumenta o risco para Braga Netto, pois qualquer envolvimento mais profundo de Peregrino poderia minar ainda mais sua credibilidade e fragilizar sua defesa nas investigações.

O futuro de Peregrino está incerto, mas seu papel fundamental nas tramas envolvendo o ex-ministro da Defesa pode ser a chave para desvendar mais detalhes sobre o golpe que esteve em andamento durante o governo Bolsonaro. A pressão sobre o coronel aumenta, e as próximas semanas podem ser decisivas para o desenrolar da investigação.

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