O corpo da médica Elaine Aparecida Ghirotto, de 43 anos, foi encontrado na manhã desta quinta-feira, 19, no Rio Ivinhema, a cerca de três quilômetros do ponto onde ela havia sido vista pela última vez. O desaparecimento ocorreu na terça-feira, 17, quando Elaine estacionou o carro sobre a ponte da BR-376, trancou o veículo com o celular dentro e, em seguida, se atirou nas águas. O caso está sob investigação da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, que buscam esclarecer as circunstâncias da morte.
A médica foi vista pela última vez ainda com vida, quando testemunhas observaram que ela desceu calmamente do carro, retirou os sapatos e pulou no rio. Conforme relatos de quem presenciou a cena, Elaine chegou a emergir por alguns segundos antes de desaparecer nas águas turvas. Desde então, equipes do Corpo de Bombeiros iniciaram as buscas ininterruptas até localizarem o corpo, que foi resgatado a três quilômetros da ponte.
A movimentação policial começou logo após o incidente. Uma viatura da Polícia Militar foi acionada inicialmente para atender uma ocorrência de abandono de veículo sobre a ponte. No interior do automóvel estavam o telefone celular e pertences pessoais da médica. As chaves do carro foram encontradas no asfalto, indicando que a ação foi premeditada.
A BR-376, entre as cidades de Nova Andradina e Ivinhema, foi parcialmente interditada para que as equipes pudessem atuar com segurança. O local, conhecido por suas curvas perigosas e travessias estreitas, tornou-se cenário de uma tragédia que agora mobiliza autoridades, familiares e a comunidade médica da região.
A médica Elaine Ghirotto atuava em unidades públicas de saúde da região e, segundo colegas de trabalho, era considerada competente e dedicada à profissão. No entanto, segundo apurações preliminares, ela passava por momentos de instabilidade emocional. Informações extraoficiais apontam que a profissional havia enviado mensagens enigmáticas ao pai pouco antes do salto, indicando uma possível despedida.
A principal linha de investigação da Polícia Civil é de suicídio, embora outras hipóteses não estejam descartadas até que todas as diligências e exames periciais sejam concluídos. A causa exata da morte será apontada pelo Instituto Médico Legal após necropsia, que também poderá confirmar se houve ingestão de substâncias ou qualquer tipo de violência anterior à queda.
A família de Elaine ainda não se pronunciou publicamente. Abalada, preferiu o silêncio enquanto realiza os trâmites legais para a liberação do corpo e as homenagens fúnebres. O Conselho Regional de Medicina e a Secretaria Municipal de Saúde também não divulgaram notas oficiais até o momento.
O caso lança luz sobre um problema cada vez mais presente na sociedade contemporânea: o adoecimento mental de profissionais da saúde. Longas jornadas, pressão emocional, sobrecarga de trabalho e a dificuldade em acessar apoio psicológico adequado são fatores que, segundo especialistas, elevam os índices de depressão, ansiedade e burnout entre médicos e enfermeiros.
Imagem – CBM
Onde buscar ajuda
Para pessoas em sofrimento emocional ou com pensamentos suicidas, existem canais de atendimento voluntário e gratuito. Em Mato Grosso do Sul, o Grupo Amor Vida (GAV) oferece apoio diário entre 7h e 23h, inclusive em fins de semana e feriados. O atendimento é anônimo, sigiloso e humanizado. Os números disponíveis são:
(67) 3383-4112 (fixo)
(67) 9 9973-8682 (Vivo)
(67) 9 9266-6560 (Claro)
Além disso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) funciona em todo o Brasil, com atendimento 24 horas por dia, também de forma gratuita, pelo telefone 188 ou pelo site www.cvv.org.br. Em todos os canais, voluntários treinados escutam e acolhem quem busca ajuda, sem julgamentos ou conselhos diretos, mas oferecendo apoio emocional em momentos de dor ou crise.
A morte de Elaine reacende o debate sobre a urgência em ampliar políticas públicas de saúde mental, especialmente para categorias profissionais expostas à pressão constante e ao desgaste emocional. A investigação do caso segue em andamento, e as autoridades esperam elucidar todos os fatos que levaram a esse desfecho.
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