A Operação Sátrapa, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Mato Grosso do Sul (Ficco/MS), colocou sob investigação um dos principais nomes do sistema prisional do estado. O diretor da Penitenciária Estadual de Dourados (PED), o policial penal Rangel Schveiger, foi afastado do cargo e será monitorado por tornozeleira eletrônica. Além disso, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diferentes cidades: Dourados, Rio Brilhante, Naviraí e até em Marília, no estado de São Paulo.
Ação Policial e Novas Descobertas
A investigação teve início em 2024, após informações sobre a atuação de um policial penal no tráfico de drogas dentro da PED. Esse servidor, que não teve o nome divulgado, foi flagrado, em julho do ano passado, transportando aproximadamente 1,5 kg de entorpecentes para dentro do presídio.
Durante as apurações, as autoridades constataram um cenário ainda mais grave: a participação de agentes penitenciários em, pelo menos, um homicídio ocorrido dentro da unidade prisional. O crime teria sido cometido com o envolvimento de um interno identificado como líder de uma facção criminosa, que atualmente cumpre pena em um presídio federal. Há indícios de que a esposa desse detento, que atua como advogada, também esteja envolvida nos atos ilícitos.
A Polícia Federal ainda não detalhou qual teria sido o envolvimento do diretor Rangel Schveiger no esquema criminoso. Entretanto, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) confirmou seu afastamento imediato e anunciou que interventores assumirão a gestão da unidade prisional até a conclusão das investigações.
Defesa do Diretor Afasta Acusações
Diante das graves acusações, o advogado de Rangel Schveiger, Ângelo Magno Lins do Nascimento, se manifestou por meio de nota oficial. Ele destacou a longa trajetória do seu cliente como policial penal e servidor público, ressaltando que sempre atuou com seriedade e comprometimento no combate ao crime organizado.
O advogado afirmou que Schveiger jamais teve qualquer envolvimento com atividades ilícitas e que sua conduta profissional é considerada exemplar. A defesa também ressaltou que o diretor afastado está colaborando integralmente com as investigações, confiando que todos os fatos serão esclarecidos e sua inocência comprovada.
Além disso, reforçou que ele nunca manteve qualquer tipo de vínculo com facções criminosas e que sua atuação sempre foi pautada pela legalidade e pelo interesse público. “A defesa reafirma sua confiança na Justiça e na transparência das investigações”, concluiu.
Corrupção no Sistema Prisional: Um Problema Nacional
Casos de corrupção envolvendo agentes penitenciários e lideranças criminosas não são novidade no Brasil. O controle das facções dentro dos presídios e a influência sobre servidores públicos representam um dos maiores desafios para a segurança pública. Relatórios recentes apontam que, em diversas unidades prisionais do país, há forte interferência de organizações criminosas, facilitada pela corrupção dentro do próprio sistema.
O combate a essa realidade exige medidas rigorosas, como monitoramento contínuo dos agentes penitenciários, transparência nas investigações e punições severas para aqueles que traem a confiança da sociedade ao se aliar ao crime organizado.
A Operação Sátrapa segue em andamento, e novas prisões ou afastamentos podem ocorrer conforme a apuração avança. A sociedade aguarda respostas concretas sobre a extensão do envolvimento de servidores públicos nesse esquema e quais serão as consequências para os responsáveis.
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