O que era pra ser mais um domingo tranquilo em família acabou virando um pesadelo no Bairro Moreninhas, em Campo Grande. Uma mulher foi brutalmente atacada pelo namorado dentro de casa, e só três dias depois o agressor foi preso. O caso aconteceu no último domingo, dia 6, mas só na quarta-feira, dia 9, Wellington Paes Lino, de 24 anos, acabou localizado e capturado por equipes da polícia.
A mulher, cuja identidade foi preservada, permanece internada na Santa Casa de Campo Grande. Ela sofreu cortes profundos na região íntima e no abdômen. Tudo aconteceu enquanto estavam em casa, com as filhas dela, um genro e dois netos também presentes. Segundo o relato da filha da vítima, o namorado estava no quarto com a mãe quando, de repente, ela saiu correndo, desesperada, sangrando muito e pedindo socorro.
“Eu tava dormindo, acordei com ela gritando, toda ensanguentada. Foi um susto horrível. Ele fugiu e ainda levou a faca. A gente ficou em choque. Meu irmão correu e levou ela pra UPA. Aqui fora ficou tudo cheio de sangue, depois eu limpei”, contou a filha, abalada.
A vítima foi levada imediatamente para a UPA do Bairro Tiradentes, onde os médicos constataram a gravidade das lesões. Diante da situação, a delegada que estava de plantão solicitou a prisão preventiva de Wellington, que passou a ser procurado.
A prisão foi realizada por equipes da Delegacia de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros, o Garras. Segundo o delegado Roberto Guimarães, o suspeito foi localizado na casa da mãe, no mesmo bairro onde aconteceu o crime. “Fizemos um levantamento prévio e vimos que ele estava nas Moreninhas. Quando chegamos lá, o irmão dele estava na frente da casa e confirmou que Wellington estava dentro da sala”, explicou o delegado.
Ao ser abordado, Wellington não demonstrou surpresa e nem arrependimento. “Ele só disse ‘eu sei por que vocês estão me prendendo’ e ficou em silêncio. Disse que teve uma briga com a mulher, mas não quis dar detalhes. A frieza dele impressiona. Pelo histórico e pela gravidade, o Garras foi acionado para agir rapidamente”, afirmou o delegado.
O advogado de Wellington, Jean Carlos Lopes Campos, contou que há seis boletins de ocorrência registrados contra o rapaz, mas ainda não se sabe se todos foram feitos pela mesma vítima. “Neste momento, estamos focando no mandado de prisão. Ainda será definido se o caso será enquadrado como tentativa de feminicídio ou lesão corporal gravíssima”, disse.
Na audiência de custódia, o suspeito deverá continuar em silêncio, segundo o advogado. “Vamos esperar ter acesso completo ao processo e às acusações pra decidir como será a defesa. A própria família dele tinha a intenção de apresentá-lo à polícia. Eles, inclusive, estavam mantendo contato com a família da vítima”, completou o defensor.
De acordo com os familiares da vítima, o casal vivia um relacionamento conturbado há dois anos. Entre idas e vindas, já tinham até medida protetiva solicitada. Há cerca de dois meses, haviam reatado. “Era uma relação complicada. Eles brigavam, separavam e depois voltavam. Mas ele sempre foi muito calmo, até parecia meio bobo. Jamais imaginamos que ele seria capaz disso”, contou a filha, ainda em choque com a brutalidade do ataque.
Agora, a mulher luta pela recuperação no hospital, enquanto a polícia segue investigando todos os detalhes do caso. A justiça também vai decidir se Wellington vai responder por tentativa de feminicídio ou por lesão corporal grave. A vizinhança das Moreninhas ainda tenta digerir o acontecido, com medo e indignação diante de tamanha violência.
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