Uma nova pesquisa trouxe um alerta importante, mas também uma boa notícia: é possível prevenir, ou ao menos atrasar, doenças como depressão, acidente vascular cerebral (AVC) e demência com atitudes simples no dia a dia. O estudo, feito por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, mostra que essas três doenças estão muito mais conectadas do que a gente imagina, e que cuidar da saúde de forma ampla pode evitar o surgimento delas no futuro.
Quem explica isso é a pesquisadora Sanjula Singh, do Brain Care Labs, que participou do estudo. Segundo ela, essas condições compartilham fatores de risco em comum, principalmente problemas nos pequenos vasos sanguíneos do cérebro, que podem ser causados por pressão alta, diabetes, colesterol descontrolado, entre outros.
O levantamento identificou 17 fatores importantes que interferem na chance de uma pessoa desenvolver uma ou mais dessas doenças. Destes, 13 são considerados fatores de risco, ou seja, hábitos ou condições que aumentam o perigo. Já os outros 4 são protetores e podem ajudar a manter o cérebro saudável por mais tempo.
Entre os vilões, estão a hipertensão, excesso de peso, açúcar no sangue elevado, colesterol total alto, tabagismo, sedentarismo, má alimentação (rica em carne vermelha, açúcar e sal), isolamento social, estresse constante, insônia, dor crônica, doença renal, perda auditiva e até sintomas depressivos mal tratados. Esses fatores, muitas vezes, estão ligados entre si. Um exemplo disso é o sedentarismo, que pode levar à obesidade, que por sua vez aumenta o risco de diabetes e pressão alta.
Já os fatores que ajudam a proteger o cérebro incluem manter uma alimentação equilibrada (com frutas, legumes, peixes, laticínios e nozes), praticar exercícios físicos com frequência, manter um círculo social ativo, ter propósito de vida e manter a mente ativa com leitura, estudos e jogos de raciocínio.
O mais impressionante, segundo o estudo, é que se as pessoas cuidarem desses fatores com seriedade, é possível evitar até 60% dos casos de AVC, 40% dos casos de demência e 35% dos casos de depressão na velhice. E o melhor momento para começar a se cuidar é durante a meia-idade, ou seja, antes de os primeiros sintomas aparecerem.
Mas isso não quer dizer que pessoas mais velhas não podem fazer nada. Muito pelo contrário. Mesmo quem já tem mais idade ou histórico familiar pode se beneficiar das mudanças no estilo de vida. Atitudes como parar de fumar, reduzir o estresse, fazer caminhada, melhorar a alimentação e se reaproximar de amigos e familiares já ajudam muito.
O recado deixado pelos especialistas é claro: cuidar do cérebro é cuidar da vida. E quanto mais cedo começar, maiores são as chances de ter uma velhice com mais saúde, autonomia e bem-estar.
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