Mato Grosso do Sul, 16 de maio de 2025
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Custo do Confinamento de Gado Cai em Janeiro e Alivia Pecuaristas Após Longa Alta

O início de 2025 trouxe boas notícias para o setor agropecuário, com redução significativa no custo de alimentação do gado, impulsionada por uma safra recorde e o impacto da desvalorização das commodities.
Imagem -  Ernesto de Souza
Imagem - Ernesto de Souza

O ano de 2025 começa com um alívio para os pecuaristas, que enfrentaram altos custos nos últimos meses. Em janeiro, o custo da alimentação para o gado de confinamento caiu consideravelmente, um movimento que não se via desde o final do ano passado, mais especificamente desde agosto e setembro de 2024, dependendo da região do Brasil. O Índice de Custo Alimentar Ponta (Icap), calculado pela empresa de tecnologia pecuária Ponta, revelou uma queda significativa, trazendo boas perspectivas para o setor.

No Centro-Oeste, região que é um dos maiores polos de produção de gado do Brasil, o custo médio para alimentar o gado nos cochos foi de R$ 14,24 por cabeça ao dia, representando uma redução de 1,52% em relação a janeiro de 2024. Em comparação com dezembro do ano anterior, a queda foi ainda mais expressiva, de 6,75%. Esse movimento é considerado um alívio para os pecuaristas da região, que não viam uma redução tão significativa no custo de alimentação desde setembro de 2024.

A explicação para essa diminuição está ligada a fatores como a expectativa de uma safra recorde de grãos, especialmente o milho, que aumentou a oferta de insumos e, consequentemente, ajudou a baixar os custos alimentares. Segundo a Ponta, a abundância de grãos gerou um efeito positivo na alimentação do gado, ajudando a reduzir a pressão sobre os preços dos insumos.

No Sudeste, a situação também trouxe alívio, embora com variações diferentes. O índice de custo alimentício chegou a R$ 12,77 por cabeça ao dia, uma queda de 4,06% em comparação com dezembro de 2024, marcando a primeira redução no índice desde agosto do ano passado. Porém, quando comparado com janeiro de 2024, houve um aumento de 5,71%, em parte devido ao reaquecimento do mercado de engorda, que impulsionou o preço do boi gordo.

A Ponta fez questão de destacar que, apesar da queda observada no início de 2025, o mercado segue muito dinâmico, e o impacto dos fatores que afetam o setor dependerá da evolução das colheitas, do comportamento da demanda e da volatilidade das commodities nos próximos meses.

Redução nos Preços dos Insumos: O Motor da Queda no Custo

Em relação aos preços dos insumos, a redução no Centro-Oeste foi impulsionada pela queda nos preços de insumos energéticos e proteicos. O milho, por exemplo, teve uma diminuição no preço do grão seco, o que ajudou a reduzir os custos para os confinadores. Outros insumos, como casca de soja, bagaço de cana e silagem de milho, também tiveram recuos consideráveis. A Ponta ainda destacou que os pecuaristas passaram a incorporar mais coprodutos de algodão na formulação das dietas dos bovinos, o que ajudou a reduzir os custos totais.

Já no Sudeste, a queda nos custos foi em grande parte consequência da retração nos preços de insumos proteicos, como a torta de algodão e os grãos secos de destilaria (DDG). Esses insumos são fundamentais na dieta dos bovinos, e a queda de 11,41% no preço deles ajudou a aliviar o custo de produção.

Perspectivas para 2025: Atenção à Flutuação de Custos

Embora as margens dos pecuaristas estejam mais favoráveis com a queda nos custos alimentares e a valorização da arroba do boi, a recomendação para os confinadores é manter atenção aos indicadores de gestão. Isso porque, como sempre acontece no ciclo produtivo do gado, os custos podem flutuar bastante, especialmente no período de entressafra. Os próximos meses demandam cautela, já que o impacto da safra de grãos e as flutuações no mercado de commodities podem afetar diretamente os custos de alimentação do gado.

Em um cenário de desafios contínuos para o setor agropecuário, a queda nos custos alimentares traz um respiro para os confinadores, mas a atenção constante aos movimentos do mercado será crucial para manter a sustentabilidade financeira do setor.

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