Mesmo com a vitória que levou o Palmeiras à liderança do Campeonato Brasileiro, ainda que provisoriamente, os olhos da imprensa portuguesa se voltaram para a entrevista bombástica de Abel Ferreira após o triunfo por 3 a 0 diante do Internacional, na noite do último sábado (11).
Falando a jornalistas após a partida, o treinador disparou contra o calendário brasileiro e disse estar ‘de saco cheio’, sem descartar que poderá repensar a continuidade no Brasil em 2024, quando entrará no último ano de seu atual contrato com o clube paulista.
A Bola, O Jogo e Record, alguns dos principais veículos de imprensa esportiva portuguesa, deram destaque à fala de Abel Ferreira sobre sua sequência no Palmeiras.
Em coletiva, o comandante português falou sobre a dura rotina que leva no dia a dia, assim como a intensa sequência de jogos no calendário, alguns que inclusive incluem viagens. E o treinador afirmou que esta não é uma questão abordada apenas por ele, mas também por outros profissionais que atuam no futebol brasileiro, e até mesmo de diferentes nacionalidades.
“Agora temos 15 dias ou uma semana para ficar tranquilos (durante a Data Fifa). Estou de saco cheio desses jogos seguidos, viagens seguidas. Marcam jogos, tiram jogos. O campeonato acaba no dia 3, depois acaba no dia 7. Prestem atenção às declarações dos treinadores que vão passando por aqui, portugueses, brasileiros, argentinos. Mas vocês preferem discutir… vocês são os grandes responsáveis que podem ajudar para que isso mude. Critiquem a organização, a quantidade de viagens que se fazem. Se fazem, eu não ouço. Porque, quem está mandando, não ouviu. Se for preciso trocar quem manda, troquem para que as decisões sejam melhores”, disse.
“Para vocês verem como estou preocupado com essas contas que nem fiz essas contas (pelo título do Brasileirão). Estou preocupado com a minha equipe. Vão jogar Botafogo x Bragantino, eles que se enrosquem. É muito jogo seguido, é muita entrevista coletiva seguida, é muita viagem seguida. É chegar ao CT às 4 da manhã, decidir se eu vou dormir ali ou com a minha família. Não é isso que eu quero para mim”, prosseguiu.
O técnico do Palmeiras, ainda durante a coletiva, também foi questionado se existiria a chance de deixar o futebol brasileiro antes do fim do seu vínculo, até o final de 2024, e deu resposta sincera.
“Mesmo, estou de saco cheio mesmo. Tenho que esperar para ver (se pode sair antes do fim do contrato)”.
