O Brasil começou 2025 com uma notícia que traz alívio para milhões de famílias: a taxa de desemprego no país caiu para 7% no primeiro trimestre do ano, o menor índice para o período desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge) iniciou a série histórica da pesquisa, lá em 2012. Embora o número esteja levemente acima do registrado no último trimestre de 2024, que foi de 6,2%, ele é menor do que o observado no mesmo período do ano passado, quando o desemprego marcava 7,9%.
Esse dado foi divulgado nesta quarta-feira, 30 de abril, na nova rodada da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que analisa trimestralmente o comportamento do mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais. O levantamento leva em conta todos os tipos de ocupação: emprego com ou sem carteira assinada, trabalho temporário, por conta própria, entre outros formatos.
Mesmo com mais gente procurando vaga, desemprego cai
O que chama atenção nos dados é que, mesmo com o aumento do número de pessoas procurando emprego no início do ano um crescimento de 13,1%, que representa 891 mil pessoas a mais tentando uma vaga — a taxa de desemprego não explodiu. Pelo contrário, se manteve em queda quando comparada ao mesmo período de 2024.
Segundo a coordenadora de pesquisas domiciliares do Ibge, Adriana Beringuy, esse comportamento é considerado normal para o começo do ano. “É um movimento sazonal. No primeiro trimestre, é comum haver aumento na procura por trabalho, principalmente após as festas de fim de ano, quando muita gente perde empregos temporários e volta a buscar colocação”, explicou.
Redução de ocupados em alguns setores não comprometeu resultado final
Mesmo com retração em setores importantes como a construção civil, que perdeu 397 mil ocupações, e o setor de serviços domésticos, que teve uma queda de 241 mil trabalhadores, o cenário geral do mercado de trabalho segue sólido. A administração pública e os serviços de educação e saúde também registraram menos vagas, com perda de cerca de 297 mil postos de trabalho.
Ainda assim, o total de trabalhadores com carteira assinada se manteve estável, somando 39,4 milhões de pessoas um número recorde. De acordo com Adriana Beringuy, isso indica que o mercado formal está mais resistente às variações econômicas. “A retração da ocupação não atingiu os trabalhadores formais com carteira assinada, o que mostra que o emprego está com maior grau de sustentabilidade”, afirmou.
Menos informalidade e mais segurança para o trabalhador
Outro ponto importante do levantamento foi a queda na taxa de informalidade, que engloba trabalhadores sem carteira assinada, autônomos sem Cnpj e aqueles que vivem de bicos. No trimestre encerrado em março, essa taxa ficou em 38%, a menor desde o terceiro trimestre de 2020.
Embora ainda esteja longe do ideal, essa redução representa um avanço na formalização do mercado de trabalho brasileiro, garantindo mais direitos, estabilidade e acesso a benefícios para os trabalhadores.
Rendimento sobe e bate novo recorde
A cereja do bolo veio com os dados sobre o rendimento médio mensal dos trabalhadores, que subiu para R$ 3.410. Esse é o maior valor registrado na série histórica da Pnad, superando inclusive o recorde anterior, de R$ 3.401, registrado no trimestre encerrado em fevereiro de 2025. Esses valores já estão corrigidos pela inflação, o que significa que o poder de compra também melhorou.
Além disso, a massa de rendimentos que é o total de dinheiro que gira na economia com os salários pagos ficou em R$ 345 bilhões. Isso mostra que, mesmo com uma leve perda de empregos em alguns setores, quem está trabalhando está recebendo mais, movimentando mais o comércio e ajudando a economia a crescer.
O que isso significa na prática?
Na prática, os dados revelam um cenário de resiliência e até de avanço no mercado de trabalho brasileiro. A economia segue desafiadora, especialmente com os juros altos e inflação ainda presente em alguns segmentos, mas o fato de que mais brasileiros estão empregados formalmente e com renda maior mostra que o país está no caminho da recuperação.
Os próximos trimestres serão fundamentais para saber se essa tendência vai se manter. A expectativa é de que os investimentos públicos e privados em obras, infraestrutura, educação e qualificação profissional mantenham o ritmo de geração de empregos, especialmente os formais.
Futuro ainda exige atenção e investimentos
Apesar dos bons resultados, os especialistas alertam que ainda há muito a ser feito. É preciso continuar incentivando a criação de vagas, combater a informalidade, ampliar o acesso ao crédito para pequenos empreendedores e investir fortemente em educação e capacitação profissional. Esses são caminhos para garantir que o crescimento não seja apenas momentâneo, mas uma realidade duradoura para milhões de brasileiros.
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