O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no início deste mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que registrou aumento de 0,26% para bens e serviços oferecidos no DF, em comparação a novembro. A alta ficou acumulada em 3,93%. Na capital federal, o maior impacto foi observado no grupo alimentação e bebidas, que subiu 1,18%, devido, principalmente, a um crescimento de 8,65% nos valores cobrados por carnes. Além desses itens, a gasolina também se destacou, com uma variação ascendente de 0,56 ponto percentual.
Impactos da Alta de Preços
Nas prateleiras dos supermercados, é possível notar o encarecimento. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Brasília fechou o ano com a cesta básica custando R$743,19, total R$44 acima em comparação ao que custava em dezembro de 2023. Dados divulgados pela plataforma Cesta de Consumo Neogrid & FGV Ibre, porém, apontaram que, no mês anterior a janeiro de 2025, o Distrito Federal liderou o ranking da elevação da cesta, registrando alteração de 6,5%.
Para Ellen Carneiro, 46 anos, moradora do Sudoeste, o momento econômico é desafiador. “Sinto que os preços não se reduziram. Para quem recebe um salário mínimo está muito puxado. Um litro de leite sai a R$ 6, na caixinha. Uma família, normalmente, não consegue pagar aluguel, alimentação e outras despesas básicas. O arroz está caro, o óleo está caro. O azeite, por exemplo, está custando R$ 45. Em alguns lugares, chega a R$ 60. Isso é consequência da instabilidade econômica”, disse a advogada.
A servidora pública Maísa Lobo, 55, residente no Cruzeiro Novo, admitiu mudanças em seus hábitos de consumo para tentar driblar os altos preços. “Às vezes, prefiro dar uma olhada no mercado e comprar outras marcas (substituindo as que comprava). Por exemplo, se estou acostumada com uma e vejo que está muito cara, compro uma unidade de outra para testar. Foi assim que descobri um suco mais barato, de uma marca que eu não conhecia, e ele dá de dez a zero em muitos similares mais caros”, contou.
Como o Consumidor Pode se Proteger
O economista Newton Marques sugeriu que, para se defender da inflação, é necessário adotar um planejamento financeiro. “Isso quer dizer, calcular a renda familiar e os gastos de consumo com produtos supérfluos e indispensáveis. No momento seguinte, pesquisar e comparar preços dos bens e serviços. No caso da alimentação, deve-se substituir as mercadorias que têm subido muito, e no caso da energia elétrica e transporte, não há muito o que fazer a não ser conter os gastos com esses grupos”, orientou.
Além disso, os consumidores que perceberem abusos de preços devem procurar órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, para denunciar práticas abusivas e obter orientações sobre seus direitos. O Procon atua na fiscalização de irregularidades e pode aplicar sanções às empresas que praticam aumentos injustificados.
Expectativas para o Futuro
Para 2025, segundo Newton, a tendência deve ser a mesma. “Quando analisamos o que aconteceu com o IPCA de Brasília no ano passado, podemos ainda esperar pressões do grupo Alimentação, e que os grupos Habitação (incluída a tarifa de energia elétrica) e Transportes (derivados de petróleo) não tenham grandes aumentos porque aí poderia inverter a posição de 2024, quando o crescimento do IPCA de Brasília foi inferior ao do Brasil”, apontou.
Diante desse cenário, é essencial que os consumidores mantenham a vigilância sobre seus direitos e busquem opções mais acessíveis no mercado.
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