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Mato Grosso do Sul, 28 de março de 2024
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Diretora que agredia e maltratava idosos renúncia a presidência de entidade

Suely Gomes dos Santos, suspeita de ter agredido verbal e fisicamente idosos
Suely Gomes dos Santos, suspeita de ter agredido verbal e fisicamente idosos

Suely Gomes dos Santos, suspeita de ter agredido verbal e fisicamente idosos da “Casa do Aconchego”, espaço de acolhimento particular, mas que recebe verbas públicas para funcionar, divulgou carta de renúncia da gestão da instituição em fórum formado por assistentes sociais.

Na carta, a ex-diretora do lar para idosos, localizado no bairro de Taveirópolis, em Campo Grande, apresenta a sua versão para os fatos, incluindo a suposta agressão flagrada em vídeo por funcionário do local, que denunciou os maus-tratos aos moradores.

Após decisão judicial, a ex-diretora estava proibida de se aproximar dos 19 idosos que moram na instituição, mas comandava o local remotamente.

Suely aponta, inclusive, que é parente de um dos idosos que aparece nas imagens sendo agredido por ela. A mulher diz também que ele seria usuário de drogas.

“A pessoa que está no quarto, deitada, e que me atinge com um pontapé (…) tento cuidar em razão de dependências químicas, cuidado esse que me impõe obrigações, enfrentamentos, dificuldades familiares e muitas vezes violência contra mim ou contra quem quer que tente ajudá-lo, o que é lamentável e muito triste”, ela dá início ao relato.

“Naquele caso, talvez tenha errado em tentar ajudá-lo na instituição que presido, mas entendia que seria a única chance de mantê-lo sob algum controle. Peço portanto que me desculpem (…) errei em tentar socorrê-lo sob minha tutela”.

Suely também escreve sobre outro vídeo divulgado, em que aparece batendo no copo de um idoso sentado em um local que aparenta ser um refeitório. Ela afirma não ter “preparo técnico” para lidar com pessoas com “dificuldades comportamentais” e pede “desculpas” pelo ocorrido.

“Já o outro senhor, cuja cena demonstra apenas o momento da discussão com meu descontrole em jogar o copo que estava em sua mão no chão, trata-se de pessoa com dificuldades comportamentais, cujo manejo realmente implica em um preparo técnico o qual não estou devidamente preparada, me envolvi num momento de enfrentamento dele que realmente não tinha condições de superar, e lamento imensamente por meu comportamento inadequado para o quadro de saúde mental dele, eu jamais deveria tê-lo enfrentado. Me desculpo por isso”.

Em outro momento da carta, Suely declara que as denúncias feitas ao Ministério Público foram feitas por um funcionário descontente com a demissão.

“(…) caso das imagens que vocês assistiram, usadas como vingança por um ex-funcionário magoado com as circunstâncias de sua demissão”.

Suely não comanda mais a Casa do Aconchego e segue sendo investigada sobre as denúncias de maus-tratos contra idosos.

Denúncia

Suely Gomes dos Santos, ex-presidente da instituição Casa do Aconchego, foi flagrada por câmeras de segurança agredindo fisicamente e ofendendo verbalmente moradores do local, que tem convênio e recebe repasses financeiros da prefeitura.

As denúncias foram feitas por um ex-enfermeiro que divulgou as imagens dos possíveis maus-tratos.

Duas varas estão envolvidas no processo: a Vara da Infância, Adolescência e do Idoso, que solicitou medida restritiva para Suely, impossibilitada de se aproximar de 19 idosos moradores do local; e a Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, que participa da denúncia porque a Casa do Aconchego é um espaço particular, mas que recebe verba pública para funcionar.

Suely renunciou ao cargo de presidente da instituição e se afastou do trabalho administrativo da instituição na segunda-feira (29).

Retaliação

Na segunda-feira (29), quatro funcionários da Casa do Aconchego procuraram a polícia após terem sido demitidos e contaram terem sofrido coação por parte de outros funcionários do local. Conforme os relatos, eles estavam sendo pressionados a não prestar depoimentos contra a ex-presidente nas denúncias de maus-tratos contra os idosos.

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