O que parecia ser apenas mais um domingo tranquilo na Vila Santa Luzia, bairro popular da região norte de Campo Grande, se transformou em uma tarde de horror e desespero com o desfecho violento de uma discussão doméstica. Um conflito banal entre padrasto e enteado, motivado pelo consumo de bebidas alcoólicas, resultou em um assassinato a sangue frio, deixando moradores da região atônitos diante da brutalidade do crime.
A tragédia teve início por volta das 17h30 do dia 29 de junho, na Rua Santa Izabel, em frente à residência da vítima, Oswaldo Gomes Pereira, de 59 anos. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil, o desentendimento começou quando Oswaldo, incomodado com o comportamento do enteado, Anderson Rodrigues Dorta, de 33 anos, pediu que ele parasse de ingerir bebidas alcoólicas dentro da casa da família. A negativa do padrasto foi o estopim para uma discussão acalorada, que rapidamente evoluiu para agressões verbais e gestos ameaçadores.
A irmã de Anderson, presente no local, tentou intervir e acalmar os ânimos. No entanto, o autor se exaltou ainda mais, afirmando que resolveria a situação por conta própria. Deixou o local a passos rápidos, entrou na residência ao lado, onde morava, e retornou minutos depois com uma faca de cozinha de 32 centímetros escondida nas mãos.
Do lado de fora, Oswaldo estava sentado sobre sua motocicleta, aparentemente ainda tentando manter a calma, quando foi surpreendido pelo enteado. Apesar de tentar se defender com um capacete, foi atingido violentamente com uma facada no lado esquerdo do tórax. A lâmina transfixou a região do peito, derrubando a vítima imediatamente no chão. Após o ataque, Anderson fugiu correndo pelas ruas do bairro.
Moradores que presenciaram a cena acionaram o Corpo de Bombeiros, que chegou rapidamente ao local. Oswaldo ainda estava consciente, embora com um sangramento expressivo. Foi socorrido com urgência e levado para a UPA do bairro Coronel Antonino, mas, mesmo com os esforços da equipe médica, não resistiu à gravidade do ferimento e morreu pouco depois de dar entrada na unidade.
A violência do crime e o histórico de convivência familiar conturbada despertaram indignação entre os vizinhos. Uma testemunha que preferiu não se identificar por temer represálias informou à polícia onde o autor poderia estar escondido. De posse dessa informação, equipes da Polícia Militar intensificaram as buscas na região.
Minutos depois, Anderson foi localizado caminhando apressadamente pelas imediações, com sinais de nervosismo visíveis. Ao ser abordado, não ofereceu resistência e confessou que havia descartado a arma do crime. A faca foi encontrada em um terreno baldio próximo, com vestígios de sangue. O objeto foi apreendido e encaminhado à perícia criminal.
O autor foi conduzido à Depac do Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), onde permaneceu em silêncio durante todo o trajeto. Recusou-se a prestar depoimento sobre o motivo do ataque, limitando-se a confirmar sua identidade. A Polícia Civil autuou Anderson Rodrigues Dorta em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil.
Convivência marcada por tensão
Segundo relatos de moradores, o relacionamento entre Oswaldo e Anderson era marcado por episódios de atrito, geralmente motivados por divergências no convívio diário e pelo uso de álcool. A tragédia ocorrida escancara mais uma vez a vulnerabilidade de ambientes familiares com histórico de conflitos mal resolvidos e ausência de diálogo ou mediação adequada.
A família, agora dilacerada por um crime cometido dentro do próprio núcleo, deve enfrentar, além do luto, o peso do trauma causado por uma morte violenta, perpetrada por alguém tão próximo da vítima. Oswaldo, descrito por vizinhos como um homem simples e trabalhador, foi enterrado no cemitério local sob forte comoção.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que deverá colher depoimentos de testemunhas e de familiares para detalhar as circunstâncias que levaram ao crime. A faca utilizada no assassinato passará por exames periciais, e Anderson permanecerá à disposição da Justiça.
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