A queda do dólar ante o real nesta quarta-feira (11) reflete a combinação de indicadores econômicos favoráveis nos Estados Unidos e avanços nas negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O cenário estimulou o real, que aproveitou a fraqueza da moeda norte-americana para atingir o menor valor de fechamento em 2025, cotado a R$ 5,5392.
O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, divulgado nesta manhã, surpreendeu o mercado ao registrar alta de apenas 0,1% em maio, abaixo da projeção de 0,2% esperada por economistas. Este número sugere um arrefecimento da inflação, reforçando expectativas de que o Federal Reserve (Fed) retome o corte de juros a partir de setembro, o que tende a reduzir os rendimentos dos títulos americanos e diminuir o apelo do dólar frente a outras moedas.
Além disso, as autoridades dos Estados Unidos e da China anunciaram em Londres um acordo que visa aliviar tensões comerciais recentes. O pacto prevê a flexibilização dos controles de exportação e a manutenção da trégua tarifária estabelecida no mês anterior. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, explicou que o acordo remove algumas restrições relativas a minerais e ímãs de terras raras, essenciais para diversas cadeias produtivas globais. Já o presidente Donald Trump destacou que o acordo facilita a entrada de estudantes chineses em universidades americanas, demonstrando a cooperação entre as duas nações.
No mercado brasileiro, o dólar à vista encerrou o dia em baixa de 0,53%, aos R$ 5,5392, o menor valor desde outubro do ano passado, quando foi cotado a R$ 5,5334. O contrato futuro para julho também acompanhou a queda, recuando 0,62% e sendo negociado a R$ 5,5580 na B3.
Este movimento ocorre em meio a discussões no Congresso Nacional sobre alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de audiência pública na Câmara dos Deputados, onde destacou que o governo propõe medidas que não elevam a carga tributária, mas visam maior justiça fiscal. Entre as propostas estão o combate a supersalários e a reforma da aposentadoria dos militares. Haddad ressaltou que o diálogo com o Parlamento busca identificar quais iniciativas de controle de gastos contam com apoio político, especialmente em um ano pré-eleitoral.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, reforçou a importância de incluir o tema dos gastos públicos na agenda dos próximos dias, alertando para a necessidade do respaldo da sociedade para avanços em reformas estruturantes.
O cenário atual revela a complexa interconexão entre fatores internacionais e internos que influenciam o câmbio brasileiro, demonstrando a sensibilidade do mercado a indicadores econômicos e decisões políticas.
#Economia #Dólar #Inflação #EstadosUnidos #Fed #AcordoComercial #China #Brasil #IOF #CongressoNacional #MercadoFinanceiro #ReformaFiscal