Nesta quarta-feira, 5 de março, o dólar registrou sua maior queda diária em todo o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, fechando em R$5,75, uma retração de 2,72% em relação ao fechamento anterior. Esse movimento de desvalorização foi impulsionado por sinais de desaceleração da economia dos Estados Unidos e por uma correção nos mercados após o feriado de Carnaval, quando o mercado financeiro brasileiro ficou fechado durante dois dias.
Com a retomada das negociações, o câmbio se ajustou à baixa da moeda norte-americana no mercado internacional, que refletiu dados econômicos negativos nos EUA, incluindo o relatório de criação de vagas de emprego no setor privado, que registrou uma desaceleração acentuada em fevereiro. A economia norte-americana abriu apenas 77.000 vagas de trabalho, bem abaixo das 186.000 abertas em janeiro, conforme revisado, e dos 140.000 postos que estavam previstos pelos economistas.
O mercado brasileiro, que voltou a operar apenas na metade da tarde da quarta-feira de Cinzas, acompanhou o movimento do dólar externo, ajustando-se à queda da moeda norte-americana frente a outras divisas ao redor do mundo, incluindo o peso mexicano e o dólar canadense. Esse recuo é visto como reflexo das preocupações com o impacto das políticas tarifárias dos EUA sobre a inflação e a economia global.
Efeito das Tarifas e Preocupações com a Economia Global
Entre os fatores que influenciam a queda do dólar, está o novo cenário tarifário imposto pelos EUA sobre produtos do México, Canadá e China. As tarifas de importação de 25% entraram em vigor nesta terça-feira, aumentando as incertezas sobre os efeitos dessas medidas na inflação americana. No entanto, a Casa Branca anunciou uma isenção temporária de um mês para os automóveis que entrarem nos EUA por meio do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), o que aliviou as tensões no mercado.
Apesar disso, especialistas apontam que o dólar pode continuar a sofrer uma pressão de baixa devido à desaceleração econômica observada nos Estados Unidos. “Os dados de emprego mais fracos e o impacto das políticas tarifárias dos EUA geram incertezas sobre a economia americana, o que pode resultar em uma possível redução nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed) ainda neste ano”, afirmou Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
O cenário econômico dos EUA, somado à política monetária mais flexível, pode ser um indicativo de que o dólar se enfraqueça ainda mais, afetando o mercado cambial brasileiro. “A desaceleração está mais forte do que o esperado, e os dados econômicos dos EUA estão mostrando um enfraquecimento, o que pode fazer com que o dólar caia ainda mais nos próximos meses”, explicou Nicolas Gomes, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
Expectativas para o Mercado Brasileiro
Na B3, o dólar para abril também registrou queda, sendo cotado a R$5,79. Os investidores no Brasil já observam o impacto dessas flutuações do dólar no mercado de câmbio, que vem apresentando volatilidade nos últimos dias. Desde o início de 2025, o dólar acumula perdas de 6,85%, refletindo um movimento de correção nos mercados internacionais e locais.
A volta das negociações depois do Carnaval trouxe uma expectativa de redução das tensões cambiais, principalmente com a diminuição das incertezas sobre a política monetária americana. No entanto, o mercado segue atento aos próximos movimentos do Fed e aos dados econômicos que possam sinalizar novas mudanças nas perspectivas para a moeda dos EUA.
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