Mato Grosso do Sul, 7 de maio de 2025
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Dólar dispara acima de R$ 5,71 e mercado segura o fôlego antes de decisões nos EUA e no Brasil

Moeda americana sobe em meio à tensão com negociações comerciais dos Estados Unidos e expectativa de juros do Copom e do Federal Reserve
Imagem: Pixabay
Imagem: Pixabay

Em um cenário de incertezas globais e cautela generalizada, o dólar voltou a subir nesta terça-feira e fechou cotado a R$ 5,71, enquanto investidores no Brasil e no mundo aguardam anúncios importantes dos principais bancos centrais e detalhes sobre acordos comerciais dos Estados Unidos.

O mercado financeiro passou o dia andando na corda bamba. Com a falta de clareza sobre as tarifas comerciais que os Estados Unidos pretendem aplicar em novas negociações com seus parceiros, investidores preferiram se proteger. O reflexo direto disso foi mais uma alta na cotação do dólar, que encerrou o dia em R$ 5,7116 no mercado à vista, marcando uma valorização de 0,37%.

Ao longo da sessão, o dólar operou o tempo todo em terreno positivo. O pico veio às 10h43, quando a moeda atingiu R$ 5,7393, influenciada por um clima de incerteza global e expectativa com a chamada “superquarta”, marcada pelas decisões sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil.

No Brasil, os investidores aguardam a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve anunciar uma nova alta na taxa básica de juros, a Selic, que pode saltar de 14,25% para 14,75%. Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve deve manter os juros no patamar atual, entre 4,25% e 4,50%, mas todos estão de olho nos sinais sobre os próximos passos da política monetária americana.

Com o cenário tenso, operadores no Brasil começaram a comprar dólar como forma de proteção. Isso elevou ainda mais o valor da moeda norte-americana frente ao real. Apesar disso, o petróleo, que subiu de forma expressiva no exterior, ajudou a segurar uma disparada ainda maior da moeda americana, já que o Brasil se beneficia com o aumento das exportações da commodity.

“Se não fosse o petróleo ajudando o real, o dólar teria subido ainda mais”, afirmou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. A fala dele traduz bem o equilíbrio frágil que tem segurado a economia brasileira em um contexto global ainda muito instável.

O dólar turismo, aquele usado pelos brasileiros que viajam ao exterior, também refletiu esse movimento. Ele foi vendido nesta terça-feira a até R$ 5,908, enquanto a cotação de compra ficou em R$ 5,728.

No mercado futuro, o dólar com vencimento em junho — o mais negociado no momento — subia 0,19% no final da tarde, cotado a R$ 5,7440, segundo dados da B3. A oscilação do câmbio também tem sido alimentada pelas expectativas eleitorais na Europa. A eleição do conservador Friedrich Merz como novo chanceler da Alemanha deu força ao euro e ajudou a pressionar o dólar para baixo frente a outras moedas globais, como a libra esterlina e o iene japonês.

Ainda assim, a força do dólar frente ao real é explicada, principalmente, pela insegurança. A falta de detalhes sobre os acordos comerciais que os Estados Unidos estão costurando, somada às expectativas em torno das taxas de juros, cria um clima de espera que afasta o apetite por risco.

Pela manhã, o Banco Central do Brasil realizou uma operação de swap cambial tradicional, vendendo todos os 25 mil contratos ofertados com vencimento em 2 de junho de 2025. A medida ajuda a conter a volatilidade e dar mais previsibilidade ao mercado, mas não foi suficiente para impedir a valorização do dólar neste pregão.

Mesmo com essa alta pontual, a moeda americana ainda acumula uma queda de 7,56% no ano, o que mostra que o real teve algum fôlego em momentos anteriores. Mas o comportamento recente indica que a tendência pode se inverter, especialmente se as decisões dos bancos centrais não forem bem recebidas pelo mercado.

Com investidores cautelosos, qualquer sinal de endurecimento na política de juros ou atraso em acordos comerciais pode gerar mais pressão sobre o câmbio e afetar a economia brasileira como um todo. Por enquanto, o dólar segue forte, e os próximos dias serão decisivos para o rumo da moeda nas próximas semanas.

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