Mato Grosso do Sul, 4 de julho de 2025
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Dólar dispara, mercado entra em alerta e risco de crise global ganha força

Retaliação da China e reação da União Europeia ao tarifaço dos EUA fazem moeda americana disparar no Brasil e acendem sinal vermelho para a economia mundial
(Ilustração: Jose Luis Gonzalez/Reuters)
(Ilustração: Jose Luis Gonzalez/Reuters)

O que era só um barulho de bastidores virou um estouro global. Nesta sexta-feira, o dólar disparou e chegou a R$ 5,83, em uma alta de 3,72%, a maior dos últimos três anos. A pancada veio logo após a China anunciar medidas duras contra os Estados Unidos, em resposta às tarifas impostas pelo governo americano. A União Europeia também se manifestou com firmeza e prometeu não ficar calada diante da escalada protecionista liderada por Donald Trump.

Em Pequim, o Ministério do Comércio da China emitiu uma nota dura, dizendo que “os Estados Unidos adotaram medidas unilaterais e irracionais que violam as regras básicas do comércio internacional”. O comunicado segue afirmando que “a China vai proteger firmemente seus interesses legítimos e tomará todas as ações necessárias para salvaguardar a estabilidade da economia global”. A reação incluiu a aplicação imediata de uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA.

Já em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que a União Europeia está “profundamente preocupada com as medidas adotadas pelos Estados Unidos, que representam uma ameaça ao sistema multilateral de comércio”. Segundo ela, a Europa “está pronta para responder com equilíbrio, mas com firmeza, em defesa da indústria e dos trabalhadores europeus”.

Esse novo capítulo na guerra comercial entre potências abalou os mercados financeiros, gerou turbulência nos pregões e aumentou o temor de uma nova recessão mundial. No Brasil, a reação foi imediata. O dólar, que tinha fechado no menor valor do ano na véspera, disparou mais de 21 centavos em poucas horas. O dólar turismo já encostou nos R$ 6 em casas de câmbio pelo país.

Especialistas explicam que quando há incerteza no mundo, o capital internacional foge para o que considera mais seguro: o dólar. O problema é que isso valoriza a moeda americana e encarece tudo o que o Brasil importa, como combustíveis, remédios e alimentos industrializados.

Com isso, o mercado já prevê que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, será forçado a cortar os juros ainda este ano. A expectativa agora é de redução de até 1,25 ponto percentual até dezembro, como forma de tentar evitar um tombo maior da economia.

O Bank of America divulgou um relatório apontando que esse ambiente de tarifas e retaliações pode derrubar o Produto Interno Bruto global entre 0,5% e 0,7% ainda em 2025. Só nos Estados Unidos, o choque pode causar uma retração de até 1,5% no PIB, além de pressionar a inflação em até 1,5 ponto percentual.

Por aqui, a inflação deu um suspiro em março, com o IGP-DI registrando deflação de 0,50%. Mas o alívio pode durar pouco. Com o dólar nas alturas, os preços devem voltar a subir, especialmente em áreas como combustíveis e alimentos.

O comerciante Júlio Nascimento, que trabalha com importados em Belo Horizonte, já sentiu o impacto. “A mercadoria que eu comprei semana passada já ficou mais cara só por causa do dólar. Já falei com os fornecedores e eles disseram que os próximos pedidos vão vir bem mais salgados”, contou.

O dólar comercial fechou a R$ 5,838, tanto na compra quanto na venda. Já o dólar para contratos futuros de abril estava sendo negociado a R$ 5,864, registrando forte alta na B3.

Enquanto isso, o clima em Brasília é de cautela. O governo federal ainda não se manifestou oficialmente sobre o impacto da guerra comercial no Brasil, mas fontes da área econômica admitem preocupação com os efeitos que o dólar alto pode ter na inflação e no poder de compra da população.

A crise internacional está só no começo, mas já deixou uma certeza: o mundo entrou numa nova fase de tensão comercial, e os reflexos disso estão batendo direto no bolso dos brasileiros.

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