O dólar encerrou mais um dia em queda e completou nesta terça-feira, 29 de abril, sua oitava sessão consecutiva de desvalorização frente ao real, sendo negociado a R$ 5,63. O movimento, que anima o mercado financeiro brasileiro, é impulsionado por fatores externos, como a expectativa em torno de dados econômicos importantes dos Estados Unidos e sinais de possível alívio nas políticas tarifárias do país.
Pela manhã, a moeda chegou a abrir em leve alta, atingindo R$ 5,6640, mas logo recuou e bateu a mínima de R$ 5,6201 ao meio-dia. Ao final do dia, o dólar comercial caiu 0,31%, cotado a R$ 5,630 na compra e R$ 5,631 na venda. No acumulado dos últimos oito pregões, a divisa norte-americana recuou 4,42%. Em abril, já acumula perda de 1,34%.
Um dos fatores que tem influenciado essa sequência de quedas é o relatório Jolts, divulgado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, que apontou uma redução de 288 mil vagas de emprego abertas em março, totalizando 7,192 milhões. Apesar da queda, o número de demissões continua baixo, o que indica um mercado de trabalho ainda sólido. Esse dado, somado à expectativa de divulgação do Produto Interno Bruto norte-americano na quarta-feira e do relatório payroll na sexta, tem segurado a valorização do dólar.
No Brasil, o cenário também tem suas particularidades. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou nesta terça-feira que a política de juros segue em linha com a decisão do Copom de março, que elevou a Selic para 14,25% ao ano. Segundo ele, a inflação ainda é uma preocupação, o que justifica a continuação do ciclo de aperto monetário, mesmo com menor intensidade prevista para maio.
Enquanto isso, na bolsa de valores, o real e os ativos brasileiros têm sido beneficiados por um fluxo crescente de investimentos estrangeiros. Analistas afirmam que, mesmo diante das incertezas quanto à política monetária norte-americana e aos conflitos comerciais com a China, a percepção é de que o Brasil ainda apresenta oportunidades atrativas para o capital internacional.
A Casa Branca também movimentou o cenário ao anunciar que o ex-presidente Donald Trump deve assinar um decreto para aliviar tarifas sobre peças automotivas importadas, o que, de forma indireta, também influencia positivamente algumas moedas emergentes.
No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento mais próximo operava em queda de 0,49%, a R$ 5,630. Já o dólar turismo era cotado a R$ 5,680 na compra e R$ 5,860 na venda.
A atuação do Banco Central brasileiro também ajudou a conter oscilações. Nesta terça, a autoridade monetária vendeu todos os 20 mil contratos de swap cambial ofertados, reforçando a estratégia de rolagem de posições e controle da volatilidade.
No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, subia 0,15%, mas ainda assim o dólar recuava frente a moedas de países latino-americanos, como o peso mexicano e o colombiano.
Com o mercado aguardando os dados dos Estados Unidos e as próximas decisões do Federal Reserve e do Copom, a tendência do câmbio pode se confirmar nos próximos dias, ou mudar bruscamente. Por ora, o real ganha força, o dólar recua, e os investidores seguem em compasso de espera.
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